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18/02/2017 - 11:13

Cacerense ex-chefe do Detran é suspeito de ser 'laranja'

Por Rafael Costa

Marcus Vaillant/A Gazeta

 (Crédito: Marcus Vaillant/A Gazeta)
O ex-presidente do Departamento Estadual de Trânsito, Giancarlo Castrillon é suspeito de ser “laranja” do ex-secretário adjunto de Transportes e Pavimentação Urbana, Valdizio Viriato na empresa BVPX Camboriú Ltda, sediada em Santa Catarina.

O termo se refere a quem cede seu nome para terceiros atuarem como proprietários de fato de uma empresa.
Essa suspeita foi citada pela juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Arruda, na decisão que determinou prisões, conduções coercitivas e busca e apreensão referente à quinta fase da Operação Sodoma da Polícia Civil.

Apesar das citações, Castrillon não foi alvo da operação policial.

De acordo com o Ministério Público Estadual (MPE), no período em que Valdizio Virato foi secretário adjunto já figurava como sócio das empresas KV Energia Ltda, BVPX Automotiva Ltda, Emavi Investimentos e Participações.

As investigações levantam a suspeita de que essas empresas foram constituídas com o mero intuito de receber dinheiro desviado dos cofres públicos do Estado na gestão do ex-governador Silval Barbosa (PMDB). 

Após deixar a função pública, Valdizio Viriato mudou-se para Santa Catarina. Recentemente, havia assumido a administração da empresa BVPX Camboriu Ltda.

“Com relação a esta empresa, é interessante anotar que o relato do Ministério Público dá conta que a mesma se encontra em nome de Giancarlo da Silva Lara Castrillon, pessoa que, mesmo na época em que a empresa foi constituída, exercia cargo em comissão de assessor parlamentar na Assembléia Legislativa de Mato Grosso”, diz um dos trechos da decisão.

O que desperta a atenção é que no dia 2 de fevereiro de 2015 GianCarlo passou a exercer a função de Secretário de Orçamento e Finanças da Assembleia Legislativa, o que revela a incompatibilidade de administrar uma empresa sediada no Sul do país, distante aproximadamente 2 mil Km de distância.

“Esse detalhe leva o juízo a suspeitar que Valdísio seja o verdadeiro dono da empresa BVPX Camboriú Ltda”, diz um dos trechos da decisão.

Antes de assumir a função na Assembleia Legislativa, Giancarlo Castrillon ocupou a presidência do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) e só foi exonerado após ser investigado na Operação Ararath da Polícia Federal em novembro de 2013. Naquela ocasião, agentes da Polícia Federal apreenderam R$ 100 mil em dinheiro vivo na sua residência.

A decisão cita ainda que Giancarlo Castrillon é investigado pela suspeita de participação em um amplo esquema de superfaturamento enquanto exerceu função pública.

“Giancarlo também é investigado pela provável participação m um esquema de superfaturamento e contratação de empresa quand o Detran deste Estado. Daí, não é difícil concluir que a parceria e Viriato e Giancarlo Castrillon tenha como escopo a finalidade de os proventos obtidos com atividade ilícita da organização criminosa”, concluiu. 

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  • por ABEL DONATO DELUQUI, em 19.02.2017 às 08:20

    Como diz o brocardo jurídico: "Onde há fumaça há fogo". Espero que o MPE investigue e chegue a uma boa conclusão e se for convincente, para ao final bloqueando a grana que é do erário de MT e julgando-o nas sanções compatíveis com a Lei Penal, cível e administrativa.

 
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