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09/02/2017 - 18:22 | Atualizado em 09/02/2017 - 18:24

VIROU BAGUNÇA: Promotor pede prorrogação da Piracema até o final do mês

Por Assessoria/MPE

Ilustração

 (Crédito: Ilustração)
O Ministério Público do Estado de Mato Grosso, por meio da 6ª Promotora de Justiça Cível de Rondonópolis, ingressou com ação civil pública com pedido liminar requerendo a proibição imediata da pesca nos rios que banham o município até o dia 28 de fevereiro. A medida foi adotada com base em análises realizadas em algumas espécies entre os dias 03 a 07 de fevereiro, após o Ministério Público ter recebido diversas denúncias de que peixes capturados após o término da Piracema ainda estavam aptos à desova.

"Observando o laudo elaborado pelo professor, biólogo e doutor em ecologia/ictiologia, Francisco de Arruda Machado,, pode-se concluir que no início do mês de fevereiro o percentual de espécies em reprodução é alto e durante todo o mês chega a cerca de 20%, ou seja, existe um percentual elevado de peixes se reproduzindo", afirmou o promotor de Justiça Marcelo Caetano Vacchiano, em um trecho da ação.

Segundo ele, o perito constatou que 60% dos peixes analisados estão em final de seu estágio gonadal. "Este percentual irá variar em função de vários fatores ambientais e biológicos de cada espécie, mas ainda há numerosos indivíduos de várias espécies de piracema (migradores) que ainda estão em pleno período de piracema", explicou o promotor de Justiça.

Vacchiano alerta que a liberação da pesca em período de reprodução coloca em risco o meio ambiente e cobra a realização de estudos mais aprofundados a fim de minimizar o problema. "É imprescindível a interrupção da pesca em Rondonópolis até o final de fevereiro, especialmente se considerar que peixes de couro como os das espécies Cachara e Pintado que se desovam e migração, são aqueles que tem mais apelo comercial e, consequentemente mais visados para captura", afirmou.

Em janeiro de 2015, o Ministério Público do Estado de Mato Grosso emitiu notificação recomendatória à Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), solicitando a alteração do período de piracema em todas as bacias hidrográficas de Mato Grosso, que ia de novembro a fevereiro. O assunto foi analisado pelo Conselho Estadual de Pesca (CEPESCA) que estabeleceu o período de 01 de outubro de 2016 a 31 de janeiro de 2017 como defeso da piracema.

Na notificação, também foi citada a necessidade de estudos técnicos por parte da Sema, visando o acompanhamento do processo reprodutivo da ictiofauna.

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3 comentários

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  • por costa, em 10.02.2017 às 19:00

    que coisa a falta de governança no estado e no pais mesmo , todo mundo agora quer mandar e o povo fica que nem otário . Tem que por um ponto final nisso e decidir logo o que vale .

  • por salome, em 10.02.2017 às 14:25

    Se ficar estabelecido o período de defeso a partir do 1º dia de outubro até o último dia de fevereiro, seria tudo mais simples e minimizaria os enormes prejuízos da fauna como um todo, do segmento de turismo e também de toda a população ribeirinha em geral. Independentemente das precipitações dos anos chuvosos ou não, os peixes migratórios irão cumprir sua saga de desova, faça sol ou faça chuva e isso quase sempre acontece dentro deste período citado, então, porque não estabelecer este período em definitivo, ficando somente um pequeno percentual de indivíduos ainda ovados e em sua maioria já em retração, ou seja, absorvendo a ova pelo próprio organismo. O segmento turístico ficaria agradecido, a natureza com certeza estaria mais protegida. A bacia pantaneira é única e indivisível, apelo pelo bom senso e pela seriedade no trato em relação a natureza como um todo.

  • por dr.admantis@gmail.com, em 09.02.2017 às 18:59

    TEM QUE PROIBIR... NA DÚVIDA A VIDA TEM QUE SER PRESERVADA... JAMAIS ATIVIDADES DE RECREAÇÃO DEVEM SE SOBREPUJAR A PRESERVAÇÃO....

 
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