Notícias / Mato Grosso

03/02/2017 - 06:02 | Atualizado em 03/02/2017 - 06:04

Denúncias de peixes em período de reprodução podem viabilizar Piracema de 6 meses

Por Viviane Petroli

Facebook

 (Crédito: Facebook)
Após alterar o período da Piracema 2016/2017em Mato Grosso para entre outubro e janeiro, o Conselho Estadual da Pesca (Cepesca) já avalia o tempo de proibição da pesca dos rios do Estado 2017/2018. O Conselho revela ter recebido relatos de pescadores de que ainda há espécies em período de desova. Áudios e fotos circulam nas redes sociais e em grupos de WhatSapp.

A Piracema em Mato Grosso encerrou na terça-feira, 31 de janeiro, com sete toneladas de pescado irregular apreendidas. O volume supera, inclusive, em 160% as 2,6 mil toneladas apreendidas no período proibitivo da pesca 2015/2016.

A mudança do período da Piracema de novembro a fevereiro para outubro a janeiro, de acordo com a secretária executiva do Cepesca, Gabriela Priante, foi embasada em estudos realizados durante cinco meses no ano passado, que apontou alteração no comportamento reprodutivo dos peixes em Mato Grosso.

O estudo, conforme Priante, apontou que 84% das espécies entram fase de ovulação ao mesmo tempo em outubro. "Vimos que o percentual em fevereiro de peixes em desova era menor. Vale ressaltar que algumas espécies se reproduzem em várias épocas do ano. A Piracema é um período em que a maioria dos peixes estão em reprodução”.

A secretária executiva do Cepesca, revela que o Conselho recebeu informalmente de pescadores relatos de que ainda há considerável volume de peixes em reprodução. Ao Agro Olhar, Priante pontuou que os casos que chegaram estão sendo investigados. “Tais informações estão sendo analisadas pelo Cepesca. Porém, já era previsto haver espécies ainda em fase reprodutiva. Os estudos apontavam isso, contudo é um percentual menor de peixes”.
 
O estudo realizado pelo Cepesca, salienta Priante, é um projeto de pesquisa idealizado pelo conselho em atendimento à Notificação Recomendatória do Ministério Público Estadual (MPE) n° 01, de 12 de janeiro de 2015, que pede a ampliação do período de defeso de quatro para seis meses, ou seja, de outubro a março.

Além dos levantamentos feitos no começo de 2016, ainda durante a Piracema 2015/2016, levou-se em conta pela entidade estudos de anos anteriores, mais precisamente uma série histórica a partir de 2004. 

"Tais informações nos mostram que outubro é o mês em que os peixes iniciam sua fase de reprodução, mas para decidir sobre o término do período da piracema, foi necessário realizar novos estudos".

Seis meses de proibição

Conforme a secretária executiva do Cepesca, estender o prazo de proibição da pesca em Mato Grosso de quatro para seis meses, como solicitado na Notificação Recomendatória do Ministério Público Estadual (MPE) n° 01, de 12 de janeiro de 2015, esbarra em questões sociais no pagamento ao seguro defeso pelo INSS e o turismo da pesca.

Hoje, Mato Grosso possui entre nove e dez mil pescadores. 

O Cepesca é um órgão deliberativo, responsável pelo assessoramento do poder executivo na formulação da política estadual da pesca, composto por 18 representantes de diversas instituições, que foram as mesmas que contribuíram na execução do projeto de monitoramento, entre elas: as secretarias estaduais de Meio Ambiente (Sema), de Desenvolvimento Econômico (Sedec); Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema); Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama); Superintendência Federal da Pesca e Aquicultura; Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT); a Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat); MPE; um representante das colônias de pescadores de cada uma das três bacias hidrográficas; um representante do setor empresarial de turismo de pesca de cada uma das três bacias hidrográficas e três representantes de organizações ambientalistas.

Comentários

inserir comentário
7 comentários

AVISO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Jornal Oeste. É vetada a inserção de comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros. O site Jornal Oeste poderá retirar, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios impostos neste aviso ou que estejam fora do tema da matéria comentada.

  • por Nilomar Cunha, em 04.02.2017 às 13:24

    Fui militar da Marinha do Brasil por 30 anos e, 4 servindo a Unidade de Cáceres... Vejam, NÃO FALO pela MARINHA... tive barco e tenho propriedade as beiras do Rio Jauru... o que vejo é depredação e comentários acima, alguns até infundados, a saber: - o jacaré não esta na cadeia dos grandes predadores de peixes, como tantos dizem, pois quantas vezes desci o rio Paraguai e vi apenas pequenos grupos as margens de rios - mesmo com o período proibitivos, grande partes dos moradores e funcionários de fazendas, continuam a pescar as margens nos rios no período do defeso - grande parte das embarcações, seus proprietários e trabalhadores, no sentido de agradar o "turista", fazem malabarismo no transporte de pessoal e pescado - a implantação do transporte da hidrovia altera o meio ambiente, pois as barcaças são velhas, rebocadores velhos e poluidores e, além disso suas amarrações ponte abaixo são em arvores e - gostaria que o nobre jornalista Gonzaga fizesse uma entrevista comigo, além do que estou pronto a evidenciar fatos que o melhor de tudo isso seria proibir sim a pesca por períodos maiores (talvez 6 meses), dando viabilidade ao turismo tipo pesque e solte e/ou fotografar...

  • por sinomar nunes barbosa, em 04.02.2017 às 10:45

    o maoir predador nao eo homem e sim os jacare lontra dourado o dourado hj mata mais que qualquer um nos rios ta infetado e o maoir predador do rios so que fala dos pescador proficional e dos amadores que isto que aquilo gente os maoir predador esta no proprio rio faz um esdudo e compara so assim vcs vai ver se deixa os dourados toma conta daqui apouco nao tem peixe nos rio e tipo agui em minas gerais os tucunare aumento de mais eles come todos os tipo de peixe pegueno tem que olha mais e para o controle da natureza como fecha uma pesca de dourado e o maoir predador ou eles povo nao ve isto ou nao que ver

  • por ANTONIO FELIX ALVAREZ, em 04.02.2017 às 06:48

    (reprodução) por ANTONIO FELIX ALVAREZ, em 03.02.2017 às 20:24 Acabei de chegar de quatro dias de pescaria no Rio Paraguai, Pescamos na baia pic-nick, baia das éguas, estirão da baia das éguas, estirão do taquaral (marco do Jauru). Em todos os lugares pegamos pacu, pintado, cachara, jurupoca e muita piranha, Trouxemos os peixes de acordo com a cota estabelecida de 5 quilos e um espécime. Estávamos em cinco pessoas. De todos os peixes que trouxemos e os que consumimos na chalana, nenhum espécime estava com ovas, exceto as piranhas. Acredito que as fotos que estão sendo postadas nas redes sociais, igualmente à publicada neste site, refira-se a peixe aberto em outra época. Desafio estes eco-terroristas e inimigos de Cáceres a formarem uma Comissão de pessoas da sociedade cacerense voltadas para o turismo, um biólogo particular, e autoridades do meio ambiente e façam um "dia de campo" no Rio Paraguai, pegando exemplares de todas as espécimes e verifiquem de fato o estado de procriação dos peixes. Sou morador de Cáceres, vivo na margem do Rio Paraguai, adepto da adoção da política do pesque e solte com consumo apenas no local da pesca e vejo estas notícias apenas como desserviço à sociedade cacerense,

  • por Junior, em 03.02.2017 às 21:23

    Além da natureza, quem pagará o pato pestiado ? Armadores, administração, armadora !! Sem noção e sem responsabilidade !

  • por Jose Mesquita, em 03.02.2017 às 11:50

    Estão trabalhando por exclusão? O meio ambiente está jogado às traças mesmo! infelizmente...

  • por Marcio Lemes, em 03.02.2017 às 10:39

    Tem que alterar o periodo de defeso para 6 meses mesmo, assim diminui um pouco essa matança desenfreada de peixes no Rio Paraguai. Os hotéis e barcos hotéis, que deveriam ser os maiores defensores e preservadores dos rios fazem vista grossa para seus clientes, que levam peixes fora da medida e quantidades bem superior a cota permitida. Tem pescador que se diz profissional, mas só usa rede e espinhel. E já que não tem fiscalização, então fechar por 6 meses seria a melhor coisa, assim quem gosta de pescar não fica totalmente sem pescar durante o ano, e dá um folego para os peixes se reproduzirem.

  • por Rubens Francisco Barbosa, em 03.02.2017 às 09:55

    Pescador Amador (Barbosa) É de doer a cabeça ao ler uma reportagem desta, defender as espécies ninguém reage, agora defender seguro defeso de pescadores que a maioria de profissional não é nada, é só fazer um pente fino que descobre quem vai para o rio e passa 10 a 15 dias ralando acampado, não é fazendo entrevista não é ir no rio e checar, agora defender nosso pantanal aparece 1/2 dz e é apedrejado por donos de barcos hoteis, pseudos profissionais, colônia, etc. etc.

 
Sitevip Internet