Cáceres, Sexta-Feira, 19 de Abril de 2024
02/02/2017 - 08:57 | Atualizado em 02/02/2017 - 09:00
Por Assessoria
Celebrado no dia 2 de fevereiro, o Dia Mundial das Áreas Úmidas, estabelecido em 1971 em homenagem à data da adoção da Convenção de Ramsar, na cidade iraniana de mesmo nome, é uma oportunidade para chamar atenção sobre a importância de promover a conservação da biodiversidade e o uso sustentável dos recursos naturais. A intenção do WWF-Brasil é estimular a realização de ações e atividades que gerem conscientização na sociedade para a importância das áreas úmidas, para a necessidade de sua proteção. Essa data é extremamente importante para o Brasil, já que nosso país abriga a maior área úmida do planeta: o Pantanal. Seus 170.500,92 mil km² de extensão – parte dos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, além da Bolívia e Paraguai - abrigam uma rica biodiversidade: pelo menos 4.700 de espécies de animais e plantas já foram registradas. O desmatamento, as queimadas, o uso indiscriminado de agrotóxicos, más práticas agropecuárias e a falta de saneamento básico são ameaças graves ao Pantanal. De acordo com dados do Ministério do Meio Ambiente, até 2009 o Pantanal perdeu 23.160 km2 de vegetação nativa, o equivalente a 15,31% de sua área total. Uma pesquisa realizada pelo WWF-Brasil mostra que a região das cabeceiras, onde nascem as águas que alimentam o ciclo hidrológico do bioma, está em alto risco, podendo até culminar na seca completa de uma nascente. Outro estudo da Organização com o Instituto Trata Brasil identificou que menos de 10% do esgoto na região recebe tratamento antes do descarte, quando despejados os outros 90% contaminam águas, solo e até o lençol freático. Para a ONG, é urgente em 2017 a aprovação e implementação da Lei do Pantanal, o Projeto de Lei (PL 750/2011), que disponha sobre ações de conservação e restauração ambiental, mas que também preveja o financiamento dessas ações de pesquisas e a promoção do desenvolvimento sustentável da região, a preservação de seus recursos naturais e a valorização da cultura e saberes tradicionais das comunidades pantaneiras. Os fatos: Uma pesquisa realizada pelo WWF-Brasil mostrou que os níveis de turbidez – quando a água perde a transparência - e de quantidade de sólidos dissolvidos nos rios Jauru, Sepotuba e Alto-Paraguai vem aumentando. Sem a vegetação, os rios ficam desprotegidos e expostos às chuvas, que carregam sedimentos pela correnteza, provocando aumento da turbidez e do assoreamento, processo pelo qual os rios vão ficando cada vez mais rasos. A turbidez afeta o ciclo de vida dos peixes, pela falta de transparência na água, além de dificultar o tratamento da água que será distribuída à população por parte das empresas de saneamento. O assoreamento dificulta a navegação, o fluxo das águas, a migração dos peixes e também deixa o rio vulnerável à transbordamentos em época de chuvas. A destruição da vegetação pode provocar um efeito ainda mais grave: secar completamente uma nascente. Por sua vez, a falta de um sistema de tratamento faz com que os dejetos humanos de uma localidade sejam diretamente despejados nos rios e córregos, contaminando águas, solo e até o lençol freático. Um estudo do Instituto Trata Brasil e WWF-Brasil identificou que menos de 10% do esgoto na região recebe tratamento antes do descarte. Ações do WWF-Brasil no Pantanal O WWF-Brasil trabalha no Pantanal e apoia projetos de conservação há 16 anos. Estudos de impacto sobre o uso do solo e mudanças climáticas, cálculo da Pegada Ecológica, trabalho em escolas sustentáveis, monitoramento da cobertura vegetal, ações para conservação de áreas degradadas, estímulo a produção sustentável de carne com a promoção de boas práticas para o fortalecimento da pecuária orgânica certificada são algumas das iniciativas coordenadas pelo Programa Cerrado Pantanal na região. |
Sobre o WWF O WWF-Brasil é uma organização não governamental brasileira dedicada à conservação da natureza, com os objetivos de harmonizar a atividade humana com a conservação da biodiversidade e promover o uso racional dos recursos naturais em benefício dos cidadãos de hoje e das futuras gerações. Criado em 1996, o WWF-Brasil desenvolve projetos em todo o país e integra a Rede WWF, a maior rede mundial independente de conservação da natureza, com atuação em mais de 100 países e o apoio de cerca de 5 milhões de pessoas, incluindo associados e voluntários.
|
por Manoel lino, em 02.02.2017 às 12:02
E como precisa. O IBAMA, SEMA E POLICIA FLORESTAL, dizem que são os pescadores que praticam a pesca predatória que está acabando com os peixes da bacia do rio paraguai, todavia, apesar de eles contribuirem com a diminuição de peixes não são eles os culpados desse estrago imenso e ninguém atentou para isso. Basta vc verificar a diminuição dos insetos que tem sua faze larval nas aguas da bacia pantaneira. Vcs já notaram que não existem mais baratões dágua nas ruas de cáceres e cidades ribeirinhas? Nem baratões, nem mariposas, nem líbelulas, todas as que tem a faze larval nas aguas. Não existe mais, e é isso o que está acontecendo com toda a bacia pantaneira, os venenos defensivos agrícolas que são lançados nas lavouras de soja nas chapadas matogrossenses são para matar insetos e esses venenos são trazidos pelas chuvas para os riachos e nascentes dos rios e seus afluentes e matam toda as larvas que servem de alimentos para os alevinos. Mas as autoridades preferem culpar os pescadores, que mesmo praticando a pesca predatória não mata as larvas que alimentam os alevinos, e isso se não for controlado todo o pantanal será afetado. AUTORIDADES ATENTEM PARA ISSO, OU NÃO TEREMOS MAIS PEIXES EM NOSSO PANTANAL NO PRÓXIMO SÉCULO.