Notícias / Mato Grosso

10/10/2009 - 00:00

Água mineral sobe mais de 50% em MT

Por Jornal Oeste

ALECY ALVES Da Reportagem Os consumidores cuiabanos estão assustados e ainda sem entender as razões do aumento repentino de mais de 50% sobre o da água mineral em embalagem de 20 litros, os chamados garrafões. Os valores finais que estão sendo adotados no varejo desde a última terça-feira, variam de acordo a marca do produto e os preços cobrados pelas envasadoras, distribuidores e postos de revenda. Em alguns locais o garrafão cheio passou de R$ 4 para 6, enquanto em outros lugares, o mesmo produto está cotado a R$ 7. Tanto os representantes das concessionárias, como os distribuidores e revendedoras apresentaram as mesmas justificativas para o reajuste: a obrigatoriedade da troca dos garrafões, prevista na portaria 358/2008, no Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), que entrou em vigor no último dia 1° e proíbe, a partir desta data a utilização de embalagens com data de fabricação anterior a 2004. Nas distribuidoras visitadas pela reportagem do Diário, os proprietários se isentam da responsabilidade do aumento. Sem querer polemizar, a empresária C.R.A. disse que está apenas repassando a alta de preço, caso contrário, teria de fechar as portas e mudar de atividade. O presidente do Sindicato da Indústria de Alimentação no Estado (Siamt), Marcos Lorga, disse que uma pesquisa realizada entre as concessionárias (que tem autorização para a exploração de minas de água mineral) apontou para a necessidade de troca imediata de 55% dos garrafões que circulam no Estado. Como existem 1,4 milhão de vasilhames, diz Lorga, era preciso recolher 770 mil, e dispor de forma imediata a mesma quantidade de garrafões novos aos consumidores mato-grossenses. Para que essa troca ocorresse, destacou Lorga, o estudo mostrou que haveria um impacto de R$ 1 a 2 no preço final de cada garrafão. Por essa razão, explicou ele, os consumidores estão pagando mais caro pela água mineral que recebe ou leva para casa. No entendimento de Lorga, como o vasilhame se tornará um objeto de propriedade do consumidor esse aumento não poderia ser considerado abusivo. Para o microempresário Eliseu Mendes, morador em Várzea Grande, os argumentos vindos de todos os elos da cadeia produtividade da água mineral não convencem. “Eu tenho certeza que o DNPM não criou esta portaria do dia para a noite. O segmento devia estar avisa há meses, quem sabe a pelo menos um ano, mas parece que deixou tudo para última e mandou pro consumidor o ônus da troca. Enfim, o que fica de lição é que se não fosse essa portaria eles não fariam os investimentos de troca de vasilhames? A certeza que temos é que nós, consumidores e grandes consumidores de água mineral aqui estamos e continuaremos suportando todas as altas e por qualquer motivo. Gostaria de conclamar o Ministério Público para averiguar o que está ocorrendo, e declarar que esses aumentos são abusivos”. O servidor público, José Alberto Adamczyk, reclamou que além de pagar bem mais caro, não recebeu garrafão novo como está sendo prometido. Ele diz que os vasilhames que recebeu estão em condições semelhantes ao que deixou na distribuidora. Para a dona de casa, Maria Cecília Olegário dos Santos, 45 anos, se o aumento repassado ao consumidor não é ilegal ou abusivo seria, no mínimo, injusto. “Pelo visto nós que vamos pagar mais essa conta”, protesta. SIAMT - Ao consumidor, cabe além de pagar a conta, conferir as condições gerais do garrafão que está comprando. Observar, por exemplo, se possuiu um azul translúcido e não apresenta ranhuras, desgastes e sujeira que possam levar à contaminação da água. Lorga disse que as nove indústrias mato-grossenses de água mineral tentaram, por meio da entidade sindical, sem sucesso, apresentar a pesquisa ao Ministério de Minas e Energia antes pôr em prática os novos valores da água.
 
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