Jornal Oeste

Um dado preocupante é revelado pelo Serviço de Atenção Especial (SAE) e Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) na semana de luta contra a AIDS: o município de Cáceres apresenta uma taxa de novos casos de detecção da doença superior à média nacional e estadual.

Enquanto que o Brasil e Mato Grosso apresentaram taxa de incidência em 2014, respectivamente, 19,7 e 22,7 novos casos por 100 mil habitantes, em 2016 foram registrados no município, 25 novos casos, o que equivale a uma taxa de 27,50 por cada 100 mil habitantes.

Cáceres aparece entre as 5 cidades do Estado com o maior número de casos de infestação. O Dia Mundial de Luta contra a AIDS foi celebrado no dia 1 de dezembro. De acordo com a direção da SAE e CTA até 2015, havia em tratamento no município uma média de 19 novos casos de AIDS ao ano. Já em 2016, até 21 de novembro, já foram identificados 25 novos casos da doença e 7 casos em gestantes.

Além do aumento de novos casos em gestantes, o município também registra evolução da doença entre os homens, principalmente jovens, na faixa etária de 15 a 24 anos. Em 2010, conforme o SAE, a taxa de infecção era de 6,1 casos /100 mil habitantes, em 2014, o avanço foi de 300%, em 3 anos, subindo para 18 casos por 100 mil habitantes.

Atualmente, conforme a direção do SAE e CTA 159 pessoas estão em tratamento com terapia antirretroviral (TARV), no município. Na atual realidade, a preocupação da equipe tem sido em dar maior visibilidade sobre a importância do diagnóstico precoce, quando a pessoa descobre ser portadora do vírus e não gravemente doente com o quadro de AIDS já instalado. Daí a importância de quem teve relação sexual sem camisinha alguma vez na vida, e ser perfeitamente saudável procurar voluntariamente o CTA para realizar o teste rápido.

No Estado

Em Mato Grosso, Cuiabá é a cidade em que mais foram diagnosticados casos. Este ano foram registrados 446 casos de AIDS em adultos no Estado, de acordo com dados da Vigilância Epidemiológica da Secretaria Estadual de Saúde (SES). Para o HIV em adulto, no mesmo período, foram notificados 632 casos, sendo os municípios com as maiores notificações Cuiabá, Sinop e Várzea Grande. Já, em relação à incidência da doença o maior número de registros ocorre em Cuiabá, Rondonópolis e Várzea Grande.

No País

Dados do Ministério da Saúde mostram que a faixa etária mais vulnerável é de homens entre 20 a 24 anos, onde a taxa de detecção do vírus dobrou entre 2005 e 2015, passando de 16,2 casos por 100 mil habitantes para 33,1 casos por 100 mil, em todo o País. Entre a faixa etária de 20 a 24 anos, a taxa de detecção do vírus dobrou entre 2005 e 2015, passando de 16,2 casos por 100 mil habitantes para 33,1 casos por 100 mil.

O lado positivo é a queda da infecção em mulheres jovens de 25 a 29 anos apresentou a maior redução. Em 2005 eram 32, em 2015 eram 16 casos por 100 mil habitantes. Em 2006, para cada 1 caso em mulher, havia 1,2 casos em homem. Em 2015 essa razão é de 1 caso em mulher para cada 3 casos em homens. Outro dado expressivo apresentado é a queda 42,3% na mortalidade em 20 anos. O incentivo ao diagnóstico e ao início precoce do tratamento, antes mesmo do surgimento dos primeiros sintomas da doença, refletiram na redução dessas mortes.