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07/10/2009 - 00:00

Prefeito cassado em Cuverlândia diz que foi injustiçado

Por Jornal Oeste

Sinézio Alcântara O presidente da Câmara de Curvelândia vereador Cleuzimar Souza Oliveira, o Liba (PP) assumiu, temporariamente, a direção do município. Liba substitui o prefeito Lair Ferreira, o cabo Lair (DEM) cassado, na segunda-feira, pela Justiça Eleitoral, juntamente com o vice-prefeito Gabriel Frades da Silva (PMDB) e o vereador Octávio Augusto Regis de Oliveira (PTC), sob acusação de compra de votos. A justiça teria concluído, conforme sentença do juiz da 18ª Zona Eleitoral, Emerson Luis Pereira Cajango, de que houve abuso de poder econômico praticado pelo prefeito e seu grupo político, através de doação de motos, dinheiro em espécie, materiais de construção, carteira de habilitação e promessas de cargos comissionados. A transmissão do cargo ocorreu, sem nenhuma pompa, na tarde de ontem. Otimista de que retornará ao cargo, o prefeito cassado demonstrou tranqüilidade ao assinar os últimos documentos referente a administração. Para evitar tumulto, tanto o prefeito quanto o presidente da Câmara, não emitiram nenhum convite para o ato e ainda se recusaram a atender partidários dos grupos que disputam as eleições no município. Durante a transmissão do cargo, o prefeito diz que se sente injustiçado. Ao garantir que não participou de nenhum esquema de fraude lançou um desafio: “Eu tenho consciência limpa. Desafio qualquer cidadão de Curvelândia a provar se algum dia eu fiz alguma proposta de compra de votos. Estou sendo vítima de uma grande injustiça”. A respeito do vereador Octávio Augusto, citado no processo como o articulador do suposto esquema ele disse que “eu falo por mil. Garanto que não tive nenhuma participação no caso. Mas também, não tinha como cuidar de cada candidato a vereador”. Além disso, assegurou que nenhuma das pessoas citadas como beneficiários, principalmente, das motos, teriam trabalhado para ele. Apesar de estar recorrendo da decisão no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), o prefeito dá sinais de que já se prepara para as novas eleições do município marcadas para os próximos 40 dias. “Se não conseguir reverter a situação vamos de cabeça erguida disputar as eleições. O nosso grupo está mais fortalecido que antes. Além disso, temos bons candidatos capazes de disputar e vencer as novas eleições”. Além da cassação do prefeito, do vice-prefeito e do vereador, a justiça declarou a inelegibilidade do trio por três anos, aplicou multa de 20 mil UFIRs a cada um e recomendou nova eleição no município. As denúncias de irregularidades nas eleições foram feitas pelo candidato derrotado Gilson Martins de Aguiar (PP), antes mesmo da diplomação dos eleitos. Conforme as denúncias, o então candidato a vereador Octávio Augusto era o articulador do esquema. Ele teria recrutado os cabos-eleitorais conhecidos por Marcos e Luciano para contatar com as pessoas na compra dos votos. Marcos e Luciano ofereciam as motocicletas aos eleitores em troca de votos para o então candidato a vereador e para os candidatos Cabo Lair e Gabriel, com a promessa de que a documentação seria transferida após as eleições. Ao todo, conforme a justiça se confirmou que foram distribuídas 11 motocicletas. “As testemunhas ouvidas nos presentes autos dão conta da prática do ilícito pelos representados”, diz o juiz Emerson Luis Pereira Cajango, em um trecho da sentença. O candidato derrota Gilson Martins diz que “apesar na demora no julgamento se fez justiça”.
 
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