Jornal Oeste

As más condições de estrutura do campus da Universidade do Estado de Mato Grosso – Unemat de Cáceres (campus Jane Vanini) tem prejudicado o ensino-aprendizagem dos mais de 3 mil alunos da instituição. Goteiras, falta de água nos bebedouros, caixas d´água contaminadas entre outras coisas tem causado revolta nos estudantes, que fizeram nesta quinta-feira à noite (17/11), o segundo dia seguido de protesto no campus. Desta feita eles caminharam pelas ruas centrais da cidade.

A manifestação convocada pelo Diretório Central dos Estudantes foi contra a falta de água potável, limpeza dos banheiros e falta de papel higiênico, falta de quadros e giz nas salas de aula, ar-condicionado em funcionamento, biblioteca arejada, limpeza da Vila Olímpica e equipamentos laboratoriais. Este é o terceiro protesto dos acadêmicos neste ano devido às más condições de estrutura e funcionamento dos espaços da universidade.

Na Vila Olímpica, por exemplo, os estudantes de Educação Física interditaram o local. No campus Jane Vanini, no bairro da Cavalhada, a interdição foi da Vigilância Sanitária devido à falta de limpeza das caixas de água, que estariam contaminadas com fezes de pombos e outros animais.

Aliada a essas condições a nossa equipe recebeu denúncia, de que a direção do campus teria gastado cerca R$ 90 mil em manutenção de ar-condicionado sem licitação com a empresa Zanata , e até o momento ainda não pagou pela totalidade do serviço, enquanto isso os estudantes afirmam que os ares-condicionados não estão funcionando. O caso estaria inclusive sendo investigado pelo Ministério Público.

Além disso, neste ano, o campus teria feito a reforma do telhado do bloco de salas de aula da Cidade Universitária, que teria custado cerca de R$ 19 mil, no entanto com o inicio do período chuvoso os alunos e professores estão com dificuldades de frequentar o local em dias de chuva, pois há inúmeras goteiras tanto nas salas de aula como no auditório. De acordo com a denúncia, na realidade não houve a troca de telhas, que são de zinco, e calhas. As mesmas teriam sido apenas desamassadas.

Apesar da falta de material básico para o funcionamento dos cursos da Unemat em Cáceres, a direção do campus teria adquirido em 20 de dezembro de 2015, por meio de compra direta a um custo de mais de 15.000,00, cerca de 7 mil tijolos da empresa Proeste, que na verdade não comercializaria tijolos. Na mesma data também foi adquirido 30 caminhões de cascalho, da mesma empresa, que não se sabe onde foram utilizados, bem como os tijolos comprados continuam amontoados pelo campus.

Unemat

A Reitoria da Unemat, por meio da Assessoria de Comunicação informou que tem conhecimento dos manifestos dos estudantes cobrando melhores condições de estrutura e funcionamento do campus da Unemat.  No entanto informou que é política de gestão o repasse orçamentário e financeiro para os campus a fim de realizar as manutenções básicas de infraestrutura e que causa estranheza todos os problemas apresentados neste campus.

De acordo com a Assessoria de Comunicação, cada campus da Unemat recebe R$ 100 mil por ano, por curso oferecido com entrada regular. No caso específico do campus de Cáceres o repasse é de R$ 1,3 milhão por ano. A planilha de repasses inclusive é publicada e atualizada no portal da Unemat no link: http://portal.unemat.br/?pg=site&i=prpti&m=repasse-orcamentario e pode se acompanhada por toda a comunidade acadêmica.

Sobre as denúncias apresentadas as mesmas deverão ser objeto de apuração interna da instituição em conjunto com a Corregedoria Geral do Estado, a fim de averiguar possíveis irregularidades nos seus processos de aquisição, bem como informou que a equipe Setorial Controle Interno da instituição está realizando a verificação de inconsistências nos procedimentos do campus de Cáceres.