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06/11/2016 - 10:01

Vigilância recomenda suspensão de distribuição de água na Unemat por suspeita de contaminação

Por Jornal Expressão

Jornal Expressão

 (Crédito: Jornal Expressão)
A suspeita de contaminação por fezes de pombos leva a secretaria municipal de Saúde, através da Vigilância Sanitária, em Cáceres, a recomendar a suspensão da distribuição de água, aos alunos da Universidade do Estado de Mato Grosso – Unemat, campus de Cáceres.

Uma limpeza realizada, no último final de semana, no reservatório que fornece água, na biblioteca, recolheu uma grande quantidade de fezes e até pombos mortos. A caixa estava desativada há 45 dias. No local, circulam diariamente, em torno de 200 pessoas.

A última limpeza e desinfecção das caixas d’água da biblioteca e demais departamentos da universidade, conforme a direção, ocorreu no mês de maio, há mais de cinco meses. O que se deduz que, mesmo com a desativação da distribuição de água no prédio, há cerca de 45 dias, os universitários podem ter consumido água infectada com as fezes, durante muito tempo. Um dos trabalhadores que participou da limpeza informou que “havia cerca de 10 centímetros de cocô de pombos sobre o piso”.

A direção nega. Porém, há suspeita de que, os demais reservatórios, que abastecem os bebedouros dos alunos dos cursos de departamento de Medicina, Direito, Enfermagem, entre outros, também estejam contaminados. O Campus Universitário “Jane Vanini” é o maior da instituição. Conta com cerca de 4.500 alunos, distribuídos em 13 cursos regulares, entre eles, Medicina, Direito, Enfermagem, Informática, Letras, entre outros. Além de pós-graduações, mestrados e doutorados.

Apesar da gravidade do caso, até na tarde de sexta-feira (4/11) a direção do Campus, não havia obedecido a recomendação da Vigilância Sanitária. Diretor do Campus, professor Antônio Francisco Malheiros, disse que não havia necessidade de suspender a distribuição de águas aos alunos porque, as demais caixas estavam limpas. E, que ainda naquele dia, estaria entrando em contato com a direção da Vigilância Sanitária para explicar a situação.

De acordo com o ofício assinado pelo fiscal José Benilton Leite Pompilio, chefe do setor de Fiscalização Sanitária, da Vigilância, encaminhado ao diretor administrativo do Campus, professor Reinaldo Norberto da Silva, a recomendação para a suspensão da distribuição de água aos acadêmicos, seria uma “medida de precaução”, até que seja realizada limpeza em todos os demais reservatórios e que comprovem que não há risco de contaminação.

Além da recomendação, a coordenadora da Vigilância Sanitária, Evanilda Costa do Nascimento, informou que a equipe técnica do órgão estaria, ainda na sexta-feira, realizando uma coleta da água consumida pelos alunos, nos bebedouros, para realização de teste bacteriológico. O objetivo seria aferir o grau de pureza da água. E se estaria ou não infectada pelas fezes das aves.

No mesmo ofício a Vigilância Sanitária, recomenda para que seja instituído no Campus, um Programa de Manutenção Limpeza e Saneamento periódico dos reservatórios de água, bem como dos pontos de distribuição do produto, com procedimentos descritos e registros atualizados Procedimentos Operacionais Padrão – POP.
Direção explica e nega contaminação

Diretores do Campus, Antônio Malheiros e Reinaldo Norberto, negam quaisquer possíveis contaminações por parte dos alunos. Malheiros diz que, a interdição do sistema de distribuição de água, na biblioteca ocorreu há cerca de 45 dias, durante o período féria e recesso. “Essa possibilidade (de contaminação) não existe. A interdição do local ocorreu há mais de 45 dias, período em que, não havia praticamente, ninguém na universidade, por ser período de férias e recesso” afirmou.

Garantiu ainda que, todas as caixas d’água dos demais departamentos estão limpas e que, inclusive, por isso, não há necessidade de suspender o fornecimento aos alunos.

Além de também assegurar que os demais reservatórios estão limpos, o diretor administrativo, Reinaldo Norberto, explicou que a limpeza na caixa da biblioteca teria que ser feita há vários meses. Porém, segundo ele, isso não foi possível por questões burocráticas. “Na verdade esse trabalho (limpeza) deveria ter sido feito, há seis meses, mas ficamos emperrados por questões burocráticas. Por isso, só agora estamos fazendo” diz assinalando que estará contratando uma empresa para fazer as limpezas nas demais caixas.

Doenças provocadas por fezes de pombos

A criptococose é a principal doença transmitida pelos pombos, que contamina as pessoas através da inalação de fungos que estão presentes nas fezes deste animal. Ela ataca o pulmão e pode chegar também ao sistema nervoso central, ocasionando sintomas como dor de cabeça, sonolência e febre. Em alguns casos, pode causar até meningite. Cerca de 30% das pessoas infectadas morrem.

Outra doença comum é a histoplasmose, também transmitida pelos fungos das fezes dos pombos. Ela origina uma micose muito profunda que chega a afetar os órgãos internos do ser humano. A salmonelose, outra doença ligada aos pombos, apresenta os sintomas de uma intoxicação alimentar, principalmente de carne contaminada. Ela causa diarreia e outras dores abdominais.

Os pombos também podem transportar alguns micro-organismos nas penas. Por causa disso, podem causar dermatites caso entrem em contato com os seres humanos. As dermatites causam muita coceira, infecções e até se transformam em alergias que afetam o sistema respiratório.

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2 comentários

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  • por Junior, em 06.11.2016 às 17:36

    Vergonha ! Falam tanto sobre administração e organização na teoria mais na pratica e um descaso !!! Cadê a qualidade mostrada em reuniões e matérias que são lançadas na mídia ?? A anos essa água sai direto das torneiras para boca dos alunos e simplesmente pq e gelada está de bom tamanho né ?? A verdade é que fantasiam essa unemat como se fossem a top das top mais tanto administração, organização, estado está nem aí pra isso, ainda implantam mais cursos so para fazerem a politicagem de sempre !!!!! A galera de medicina, enfermagem, biologia e todas as outras se não se unirem e cobrarem melhorias vai fazerem todos engolirem água podre na pratica e na teoria dai como mineral entre outras coisas que falta no campis e nos cursos mais que botam um f..... !!!

  • por Luizao, em 06.11.2016 às 15:37

    A vigilância sanitária tem que interditar urgentemente o uso da água em que foi encontrado as fazes de pombos. Eu vi caso que um magistrado em sua sala foi contaminado pelas fezes de pompos, que vazavam e caíam em seu gabinete.

 
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