Notícias / Saúde

29/06/2016 - 11:51 | Atualizado em 29/06/2016 - 11:54

Conselho Federal de Medicina critica precariedade na saúde nos municípios fronteiriços, entre eles Cáceres

Por Aline Almeida

Ilustração

Pronto Atendimento Médico de Cáceres (Crédito: Ilustração)

Pronto Atendimento Médico de Cáceres

O Conselho Federal de Medicina criticou a precariedade na saúde nos municípios fronteiriços. Das 122 cidades do Brasil que fazem fronteira com Brasil cinco são de Mato Grosso. Um dos agravantes estaria principalmente no baixo número de unidades de saúde nestas localidades, falta de profissionais e alta incidência de doenças já erradicadas no Brasil. 

Em Cáceres, são 14 Unidades Básicas de Saúde, dois hospitais e 186 leitos internação do Sistema Único de Saúde. Em Comodoro, são seis unidades de saúde e um hospital, totalizando 31 leitos de internação. Em Poconé, são oito unidades de saúde e um hospital com 58 leitos de internação. Em Porto Espiridião a situação é ainda mais agravante, são quatro unidades de saúde e nenhum leito de internação. Em Vila Bela da Santíssima Trindade, são seis unidades de saúde, um hospital e 24 leitos. 

A distribuição de profissionais, segundo o Cadastro Nacional de Especialistas aponta que em Cáceres em 2011 eram 117 médicos passando para 145 neste ano. Uma média de 1,6 profissional a cada mil habitantes. Eram 64 enfermeiros em 2011, saltando para 133 em 2016 e ainda 33 odontólogos em 2011 para 35 em 2016. 

Em Comodoro, eram nove médicos em 2011 caindo para cinco neste ano. Uma média de 0,26 profissional a cada mil habitantes. O número de enfermeiro que era oito em 2011 continuou o mesmo em 2016. O total de dentista subiu de cinco em 2011 para seis em 2016. 

Em Poconé eram oito médicos em 2011 saltando para 14 em 2016, 0,44 a cada mil habitantes. De 14 enfermeiros, a cidade agora conta com 17. O número de dentistas continua o mesmo: nove. Porto Esperidião de três médicos em 2011 subiu para sete neste ano, 0,61 profissionais por mil habitantes. De cinco enfermeiros em 2011 o município passa neste ano a ter seis. 

O total de dentistas subiu de dois para quatro. Vila Bela da Santíssima Trindade de três médicos no ano de 2011 agora são nove 0,59 profissionais para mil habitantes. De seis enfermeiros, o local passou a ter dez. O total de odontólogo continua igual, três no total. 

O levantamento chama atenção ainda pela alta incidência de doenças nestes municípios fronteiriços. Em Cáceres, por exemplo, há uma média de 48 casos de tuberculose e 15 de hanseníase a cada 100 mil habitantes. Em Comodoro são 15 casos de tuberculose a cada 100 mil pessoas. Em Poconé são 37 casos de tuberculose e 18 de hanseníase a cada 100 mil. Em Porto Esperidião são 17 casos de hanseníase a cada 100 mil pessoas. 

No município de Vila Bela da Santíssima Trindade são 33 e 18 casos – tuberculose e hanseníase respectivamente - a cada 100 mil habitantes. 

Segundo o Conselho Federal de Medicina a situação é preocupante uma vez que os municípios fronteiriços na maioria estão distante dos centros urbanos. Os locais que costumam receber grande fluxo de estrangeiros acabam tendo a qualidade dos serviços prejudicada. 

SEM HOSPITAL - Onze estados fazem fronteira com outros países: Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima e Santa Catarina. Dos 122 municípios fronteiriços, 48 (40%) não possuem nenhum hospital geral. 

Nas demais cidades existem 116 hospitais, volume próximo, por exemplo, ao que hoje existe apenas na cidade do Rio de Janeiro-RJ (109), segundo dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) do Ministério da Saúde. 

Pelos dados oficiais também é possível verificar que os municípios da região fronteiriça possuem juntos 5.269 leitos de internação no SUS, número 5% menor que o registrado em 2011. Além disso, uma em cada quatro cidades limítrofes não possui nenhum leito na rede pública. 

Comentários

inserir comentário
1 comentário

AVISO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Jornal Oeste. É vetada a inserção de comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros. O site Jornal Oeste poderá retirar, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios impostos neste aviso ou que estejam fora do tema da matéria comentada.

  • por MOSSUETO, em 30.06.2016 às 10:47

    Muito simples de resolver essa situação, os acadêmicos estudam em universidades que essa mesma população sustenta e muitos nem sabem que os impostos que ele paga é destinado a educação e o acadêmico também ignora o fato de que o banco que ele ocupa na faculdade é mantida por essa mesma população, então, porque não dispensar o acadêmico da área de saúde do serviço militar inicial e coloca-lo para trabalhar por um ou dois anos obrigatoriamente, em substituição ao Serviço Militar Inicial, podendo o seu soldo ser pago pelo Ministério da Educação, só após essa etapa, poder atuar livremente onde ele desejar e tenho certeza que muitos vão permanecer nessas cidades, pois vão descobrir oportunidades de crescimento profissional e econômico, Cáceres possui vários profissionais de áreas diversificadas que estiveram aqui ainda estudante e após formarem, retornaram e estão realizados profissionalmente, e olha que isso foi lá na década de 70.

 
Sitevip Internet