Jornal Oeste

Da Redação As indústrias do segmento de água mineral de Mato Grosso estão recolhendo vasilhames de 10 e 20 litros para evitar a rotatividade de garrafões com mais de cinco anos de uso. A ação, que está sendo realizada no Estado há um ano, cumpre uma exigência legal do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), que, a partir de hoje, proíbe as empresas fornecedoras de acondicionar o produto em embalagens fabricadas antes de 2004. A medida atende a uma proposta preventiva de controle sanitário e promoção da saúde do consumidor. A exigência está regulamentada pela portaria 358 do DNPM, publicada no Diário Oficial da União em 22 de setembro. O documento altera a portaria 387/2008 do mesmo órgão, que disciplina o uso das embalagens plásticas retornáveis destinadas ao envasamento e comercialização de água mineral e potável de mesa. A portaria prevê, ainda, que o transporte, a distribuição e a comercialização de água mineral em vasilhame retornável devem seguir integralmente as normas da ABNT (NBR 14638). De acordo com o diretor do Sindicato Intermunicipal das Indústrias da Alimentação no Estado de Mato Grosso (Siamt) e da Associação Brasileira das Indústrias de Água Mineral (Abinan), Wilmar Franzner, não existe estudo no país que comprove a contaminação da água por vasilhames com mais de três anos de idade. No entanto, explica que a determinação é importante para padronizar o período de uso dos garrafões e evitar o aproveitamento de vasilhames velhos e/ou danificados pelo tempo. “As indústrias do segmento já tentavam adequar-se, mas esse controle era dificultado pela rotatividade de embalagens na cadeia produtiva. A medida irá, com certeza, garantir a oferta de um produto de maior qualidade ao consumidor”. A partir da nova orientação, as indústrias terão outros prazos para descarte de garrafões produzidos após 2004. Dessa forma, o prazo limite para troca das embalagens fabricadas em 2005, 2006 e 2007 é para janeiro, abril e junho de 2010, respectivamente. CONSUMIDOR - Levantamento do Siamat aponta uma média de 1,3 milhão de vasilhames em circulação no Estado. Desse total, as indústrias do setor já conseguiram substituir 20%. Para o consumidor verificar se o garrafão usado na casa dele está ou não dentro do período de validade, basta olhar a data de fabricação informada na base do vasilhame. Wilmar Franzner explica que, como em qualquer processo industrial, o ônus será compartilhado pela cadeia produtiva, gerando um acréscimo estimado de até R$ 2 no valor final da água. Ao final, as embalagens descartadas serão disponibilizadas para reciclagem. CONSUMO – De acordo com levantamento das indústrias em 2008, Mato Grosso consumiu cerca de seis milhões de litros de água mineral por mês. A Lebrinha e a Puríssima dividem o mercado de água mineral em com participação de 50% das vendas (cerca de três milhões de litros por mês). As outras sete marcas ficam com a outra metade da fatia.