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05/06/2016 - 10:06

Navegação comercial pelos portos de Cáceres deve ser retomada nos próximos meses

Por Jornal Expressão

Ilustração

 (Crédito: Ilustração)
A navegação comercial, através do rio Paraguai, partindo dos portos de Cáceres, poderá ser retomada nos próximos meses. Duas frentes – uma pelo poder público e outra pela iniciativa privada – estão se mobilizando para efetivação do transporte, através da hidrovia. Técnicos da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Sinfra) de Mato Grosso estão mantendo contatos com a administração municipal, sugerindo estudos técnicos para execução do processo. E, ainda durante a semana, o armador do grupo Docas de Mato Grosso, Michel Chaim se reuniu com o engenheiro Adilson Reis, especialista em hidrovia, acertando detalhes para o imediato reinício da navegação.
 
Em relação ao município, o prefeito Francis Maris Cruz, determinou as secretarias de Administração e Planejamento, a viabilizar todo processo e empenhos necessários, no sentido de atender as orientações e demandas dos técnicos da Sinfra. Na opinião do prefeito, “a ampliação do sistema hidroviário de transporte é a maior competitividade dos produtos brasileiros no mercado internacional, bem como o desenvolvimento regional das diversas áreas envolvidas no processo”. O engenheiro Adilson Reis, informou que a empresa concluiu uma das partes dos processos, a do Bombeiro, que é referente à Prevenção e Combate a Incêndio e Pânico, do terminal, visando a navegação a partir de Cáceres.
 
O engenheiro avalia que o momento é bastante rico para o município. Explica que, o governo e a iniciativa privada estão sendo atraídos para a retomada dos transportes através da hidrovia por três fatores: primeiro “a explosão da produção agrícola do Estado, estimada em 40 milhões de toneladas de grãos; segundo a demanda mundial por alimentos e, terceiro pela queda dos transportes do minério de ferro de Corumbá” diz salientando que o último fator, acabou gerando uma ociosidade das barcaças que faziam o transbordo das cargas. Isso, aliado a grande demanda de produção agrícola reprimida em Mato Grosso, que tem vocação para o transporte hidroviário.
 
Além disso, de acordo com o Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura (ITTI), a hidrovia do rio Paraguai é uma das que oferece as melhores condições de navegação no país. Sai de Cáceres, em Mato Grosso, até Nova Palmira, no Uruguai. São 3.442 quilômetros que servem Brasil, Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai, dos quais 1.270 km ficam em território brasileiro. Com o funcionamento da hidrovia haveria uma redução no custo do frete em até 30% na região Oeste, Sul e Sudeste do Estado, de acordo com estudos do Movimento Pró Logística.
 
No porto de Cáceres existem duas Estações de Transbordo de Carga (ETC) – os antigos terminais portuários. Uma do governo federal, cuja concessão está vencida e outra do grupo Docas de Mato Grosso. Ambas estão desativadas, há pelo menos, seis anos. Há ainda, na extensão do rio, outras três Estações de Transbordos planejadas, localizadas em Santo Antônio das Lendas, Barranco  Vermelho e Paratudal. Embora desativadas, Adilson Reis, assegura que nunca foram abandonadas, recebendo sempre as manutenções básicas.
 
Apesar da importância da retomada da navegação comercial, técnicos do setor enfatizam que, o transporte no Rio Paraguai é limitado a um número restrito de commodities, principalmente minérios e açúcar, segundo dados do Ministério dos Transportes. Um número potencial de commodities adicionais poderia ser transportado pelo Rio Paraguai, sendo as commodities mais promissoras: soja, farelo de soja e milho. A região de Cáceres no Mato Grosso, por exemplo, tem uma área de atendimento que cobre um raio de 500 km, correspondendo atualmente à produção de aproximadamente 12 milhões de toneladas de grãos.
 
Se o trecho entre Cáceres e Corumbá for melhorado (dragado), e as conexões entre as regiões de produção no Mato Grosso e o terminal próximo a Cáceres forem otimizadas, uma parte substancial de soja e/ou milho poderia ser transportada pelo rio Paraguai. Além do mais, a carga de retorno (por exemplo, fertilizantes) seria de interesse para a navegação no Rio Paraguai, uma vez que poderia ser realizada com menor custo, uma vez que os comboios teriam de retornar a Corumbá de qualquer forma.
 
Segundo dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ), somente o Estado de Mato Grosso tem uma movimentação atual de grãos da ordem 27,5 milhões de toneladas (equivalente a 14,9% da produção) e um potencial para 40,3 milhões de toneladas (cerca de 60% da produção).
 
A movimentação atual de grãos gira em torno de 200 mil toneladas, sendo que a capacidade de transporte de grãos é de três milhões de toneladas e capacidade total de transporte seria de 15 milhões de toneladas, caso fossem feitos os investimentos em dragagens/derrocamentos e sinalização, tudo em conformidade com a legislação e respeito aos limites ambientais naturais. As atividades no rio são monitoradas pela Marinha do Brasil, e as manutenções são de responsabilidade do DENIT / AHIPAR – Administradora da Hidrovia do Rio Paraguai.

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  • por Maria, em 06.06.2016 às 21:27

    Que ridículo subestimar o conhecimento de outrem sem de fato conhece-lo, isto não dá direito a nenhum cidadão menosprezar a pessoa do Engenheiro Adilson Reis sem provas para tal. Acredito que a “UNEMAT, IFMT e UFMT deve sim ter pessoas que passaram 4 anos estudando e receberam o título de DOUTOR na área de hidrovias, bacias hidrográficas, dinâmica de canal etc. que são áreas fundamentais no estudo da dinâmica, viabilidade e funcionamento da hidrovia”, como foi citado neste jornal. Que bom seria se estes doutores tivessem um dialogo com Adilson Reis, quanto aprendizado poderia ser socializado para o bem comum, porque todo conhecimento não socializado, dentro de pouco tempo será enterrado, porque ninguém é eterno. Adilson Reis, além do conhecimento adquirido na academia, sempre foi um grande pesquisador, sem remuneração e bolsa de estudo e que tem muitos artigos publicados em Revistas famosas relacionadas ao tema em discussão. Quem duvidar do que estou escrevendo procure o referido engenheiro, conheça o seu arquivo bibliográfico e discuta com ele o tema Hidrovia e outros relacionados a temática em questão, garanto que se tiver humildade e se quiser vai aprender muito.

  • por MARCOS FERREIRA DE ALMEIDA, em 06.06.2016 às 14:06

    CONVERSA FIADA.

  • por Será?, em 06.06.2016 às 09:22

    Me preocupa pessoas ganharem o titulo de "especialista de hidrovias" sem ter um diploma acadêmico que comprova. Ou estou enganado??. O ser humano tem a mania de elevar o grau de instrução ou dar títulos às pessoas sem o menor credito para isso (ex: doutor a médico, a advogado especialista em hidrovias a engenheiro e..., etc, etc) . Na UNEMAT, IFMT e UFMT tem pessoas que passaram 4 anos estudando e recebendo o título de DOUTORES na área de hidrovias, bacias hidrográficas, dinâmica de canal e, por ai vai. São áreas fundamentais no estudo da dinâmica, viabilidade e funcionamento da hidrovia. Pergunto, quando esses profissionais doutores na área de hidrovias foram procurados para algum questionamento?. Porque será que não foram questionados?.........ou será porque questionam muito!!??

  • por O PESCADOR, em 05.06.2016 às 18:44

    Esta hidrovia e igual a carro velho Mas para que funciona mas como o combustível dela e Eleição vocês não se preocupe passando as eleição logo o constituível acaba e volta tudo o normal como sempre . mas se quiser acredita ouvi e um comentário que junto com ela vai vir a ferrovia sera construída uma ponte nova para que a Hidrovia chegue ate Mirassol mas que legal não e mesmo não acorde continue sonhado noa tem dinheiro para paga os professores tem para estas pruesas. FIQUE LIGADO ???????

 
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