Jornal Oeste

Correio Cacerense O desaparecimento de três pessoas na semana passada em Cáceres, um dos quais boliviano, não colou como simples sumiço para a polícia judiciária civil, já escolada com as artimanhas do submundo do crime, mormente recheado de desavenças entre traficantes dos dois lados da fronteira. Tudo começou no último sábado quando familiares de Edinaldo Frazão Bezerra, vulgo “Baixo” ou “Márcio”, Alex Sandro de Araújo e do boliviano Henrique Francisco Lopes, vulgo “Alcides” procuraram a polícia para dar queixa do desaparecimento deles. Conforme a denúncia, os três saíram de casa na véspera e se dirigiram a uma chácara na região do Facão, não mais retornando. Com a informação em mãos, o delegado Rogers Elizandro e sua equipe se reforçou com apoios da PRF e Polícia Militar e diligencias foram realizadas na tal chácara. Ali, os policiais após minucioso trabalho localizaram um boné com sinal de perfuração de bala e sujo de sangue, objeto que foi prontamente reconhecido por Helenita, mulher do boliviano Henrique, inclusive ela disse que ele teria saído com o tal boné de sua casa. Antevendo algo pior que simples desaparecimento, os policiais prosseguiram as investigações ouvindo vários moradores das proximidades e apuraram que eles tinham ouvido três disparos de arma de fogo durante a noite de sexta feira, com espaço de cerca de 3 a 4 minutos um do outro e suspeitas de um acerto de traficantes foi a primeira hipótese levantada. Juntando as pedras no intrincado tabuleiro, os policiais apuraram que os tidos como desaparecidos deveriam estar mortos, e o entrevero seria um acerto de comercialização de drogas na chácara. Com o encontro dos cadáveres na região de Porto Estrela, (um atirado numa lagoa e outro na beira da estrada) as coisas foram se aclarando e o relatório preliminar, consta que os três e os autores dos homicídios teriam de desentendido numa transação de 22 quilos de pasta base de cocaína, resultando na execução dos até então desaparecidos. Os familiares de Edinaldo e do boliviano Alcides, foram identificados pelas tatuagens, e a perícia comprovou que ambos haviam sido executados com tiro de revólver na cabeça à queima roupa. O terceiro cadáver, Alex Sandro de Araújo, foi encontrado a 180 quilômetros de Cáceres e também reconhecido por familiares, apresentando também ferimento de bala. O inquérito está sendo elaborado pelo delegado Rogers e embora existam suspeitos dos crimes, quase certa causa dos motivos, a autoridade disse não poder adiantar mais detalhes para não atrapalhar as investigações, mas os criminosos devem ser presos nos próximos dias.