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08/02/2016 - 10:49

Observatório aponta irregularidades em licitação da Câmara e pede suspensão do processo ao MP

Por Expressão Notícias

Facebook/Observatório Social

 (Crédito: Facebook/Observatório Social)
Depois das inúmeras citações pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), em anos anteriores, em razão de pagamentos ilegais de sessões extraordinárias e ainda, mais recente, a intervenção do Ministério Público do Estado (MPE) que, praticamente, obrigou a realização de concurso público, para sanar irregularidades administrativas da Casa, a Câmara de Cáceres volta a ser alvo de denúncias. O observatório Social de Cáceres (OSC) aponta supostas irregularidades na licitação para reforma do sistema elétrico e pede a suspensão, imediata, do processo junto ao Ministério Público.
 
            A licitação para a reforma das instalações elétricas e substituição das janelas do prédio foi realizada no dia 15 de dezembro, conforme a direção, em atendimento a uma determinação judicial, sob pena de multa diária de R$ 5 mil, em caso de descumprimento. O prédio do legislativo, de acordo com a direção, vem funcionando a mais de 15 anos, de forma ilegal. O Corpo de Bombeiros não emite Alvará de Funcionamento, em razão das irregularidades. As instalações elétricas do prédio, conforme a direção estão totalmente deterioradas, representando risco eminente de incêndio.
 
Além do Sistema de Proteção contra Descarga Elétrica (SPDA) – sistema elétrico - foi realizada ainda licitação para “adequação e reforma do edifício sede para racionalizar e redimensionar a unidade administrativa” o que consiste em local para acomodação dos 10 novos servidores da Casa, aprovados no concurso público. Em ambas sagrou-se vencedora a GM-10 Construtora e Incorporadora Ltda. E.P.P. Na licitação do SPDA o valor é de R$ 192.949,24. O contrato prevê duração de 90 dias para conclusão do trabalho. Na licitação para adequação e reforma do edifício, o valor da obra é de R$ 103.008,64. Para esse trabalho o prazo é de 120 dias. O total dos recursos é de R$ 295.957,88.
 
            Em um documento encaminhado ao MP, a que o Jornal Expressão teve acesso com exclusividade, a direção do OSC elenca uma série de supostos erros no processo de licitação. Entre eles, a falta de engenheiro eletricista, conforme a entidade “profissional crucial para execução da obra”; a inexistência de parecer do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), acerca das intervenções que se pretende efetuar no prédio, tendo em vista tratar-se de imóvel tombado pelo referido instituto e estar localizado no perímetro constituído pelo Centro Histórico de Cáceres; a falta de prestação de garantias para a contratação, bem como a falta de representante da administração para fiscalização dos trabalhos.
 
            No que se refere à falta de eletricista para execução da obra, o presidente do OSC, Expedido Pereira, explica que o edital determina que “por se tratar de uma obra sobre sistema elétrico, o profissional eletricista é crucial para o trabalho, e não consta no contrato esse profissional”. Em relação a parecer do IPHAN, diz que “no contrato não consta nenhuma manifestação do Iphan. Isso seria obrigação tendo em vista o imóvel ser tombado e estar localizado no Centro Histórico do Município”.
 
Diz que a licitante deixou também de comprovar no processo e no tempo hábil o pagamento e ou depósito do valor da garantia conforme previsão dos itens 10.3 e 10.4 do edital. Enumera ainda várias outras supostas irregularidades.
 
O presidente da Câmara, vereador Márcio Paes da Lacerda, o Marcinho Lacerda (PMDB) diz que o processo licitatório foi feito de acordo com a lei. “Não existe nenhuma anormalidade no processo”, diz acrescentando que “o que queremos é a eficiência e atendimento digno à população” e conclui afirmando que “quero o bom exercício do mandato”.
 
A Câmara de Cáceres tem um histórico de denúncias por irregularidades. Há pouco mais de quatro anos foi alvo de várias citações, inclusive, críticas e até irônicas, por desembargadores do TCE em razão de pagamentos indevidos de sessões extraordinárias. Vários vereadores foram autuados e tiveram que ressarcir os recursos recebidos indevidamente ao poder público. Há menos de dois anos, o MP em Cáceres, também interviu no legislativo, obrigando a realização de concurso público para servidores, como forma de sanar irregularidades na contratação de pessoal na Casa.

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5 comentários

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  • por carlos, em 09.02.2016 às 05:41

    por que gastar dinheiro alheio é mais facil kkkkkkkkkkkkk

  • por Alessandro M M de Oliveira, em 08.02.2016 às 22:59

    Em relação a presença de Engenheiro Eletricista como responsável técnico deve ser mitigado, vez que de acordo com o sistema CONFEA/CREA e a legislação federal pertinente as carreiras da engenharia, é possivel que Engenheiro Civil formado antes de 1979 (se não me falhe a memória) possui tais atribuições. Por essa pequena consideração não apresentada pelo "órgão de controle social", pode evidenciar a procura muitas vezes de cabelo em ovo.... Por fim, "desembargadores do TCE" kkkkkk, ainda bem, que é noticia do "Expressão noticias" são conselheiros..... E porque só o "Poder Legislativo Municipal", e não "Poder Executivo", "UNEMAT", "OSS ACSC - São Luiz".... Uma dica porque não ir até o Tribunal Regional Federal da 1ª Região solicitar audiência pública junto aos referidos desembargadores para que seja julgado logo o RÉUS da operação FIDARE e com isso conseguir a condenação por COLEGIADO e via de consequência tornar FICHA SUJA pré candidato a chefia do PODER EXECUTIVO e algumas cadeiras do PODER LEGISLATIVO.... Interessante esse órgão de controle social..... PORQUE NÃO NAS INEFICIENTES LICITAÇÕES DO PODER EXECUTIVO.....

  • por Jose Alves, em 08.02.2016 às 18:50

    Esses cara acha que é assim vamos impugnar,tem que entrar com recurso quando o certame esta em andamento, agora depois que a empresa vencedora assina o contrato vem o concorrente junto com o tal de observatório querer barrar o que já esta feito, a camará tem uma equipe de licitação acompanhada pelo o advogado, esses bestas tem que largar de picuinha e deixar a camará trabalhar, tem dinheiro é para esse fim, estou puto com esses palhaço do observatório.

  • por Fransérgio Rojas Piovesan, em 08.02.2016 às 14:23

    Muito interessante a conduta do observatório social, teve acesso ao edital e nada impugnou, entendendo correto. Acompanhou a licitação e nada impugnou, entendo correto. Após o resultado, vendo que a empresa de um de seus "voluntários", aquele com o braço levantado na foto acima perdeu a licitação (isso mesmo, um dos voluntários participou da licitação!!!), aí resolveu reclamar!!!!! Depois da derrota!!! E se o voluntário ou membro, sei lá como definir, tivesse ganho, aí estaria tudo bem? Hipocrisia tem limites!!!

  • por Marcelo, em 08.02.2016 às 11:16

    PERGUNTO: POR QUE O PRESIDENTE MARCINHO LACERDA E A VICE PRESIDENTE VALDENÍRIA QUEREM A TODO CUSTO GASTAR QUASE 300 MIL REAIS PARA REFORMAR O PRÉDIO DA CÂMARA??????????

 
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