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05/10/2015 - 10:03

'Dois barbudos não formam família', dispara Victório Galli

Por Fernanda Escouto e Welington Sabino

Chico Ferreira

 (Crédito: Chico Ferreira)
O deputado federal por Mato Grosso, Victório Galli (PSC), reafirmou seu apoio à aprovação do projeto "Estatuto da Família", que define como família apenas a união entre homem e mulher, excluindo do texto as relações homoafetivas. Em entrevista concedida à Rádio CBN Cuiabá, do Grupo Gazeta de Comunicação, o parlamentar afirmou que "dois barbudos juntos ou duas mulheres juntas não formam família, não geram um novo ser, isso é um crime contra a natureza".
 
Segundo o parlamentar, a Constituição Federal já mostra qual é o conceito da família brasileira. Ainda conforme Galli, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) não tem autonomia para mudar ou criar leis.
 
"Quem cria a lei é a Câmara, então se eles querem mudar essa situação, por que não procuram uma Proposta de Emenda à Constituição e formam 308 deputados a favor pra mudar em Plenário?", questionou.
 
Além de afirmar que a mudança proposta pelo o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Conselho Nacional de Justiça é inconstitucional, o parlamentar destaca também que pessoas do mesmo sexo, por não conseguirem gerar uma criança, não podem ser considerados uma família.
 
"Se querem mudança, se querem considerar que dois barbudos juntos formam uma família, se duas mulheres juntas formam uma família, crie uma Proposta de Emenda à Constituição e muda a situação no Congresso, vamos para o voto [...] Isso é um crime contra a natureza", argumentou.
 
Contra projeto de cirurgia para gays
 
Em outro trecho da entrevista Galli criticou o projeto de Lei 5002/13, do deputado Jean Wyllys (Psol-RJ) e da deputada Erika Kokay (PT-DF), que estabelece o direito à identidade de gênero – definida como a vivência interna e individual do gênero tal como cada pessoa o sente, que pode corresponder ou não com o sexo atribuído após o nascimento.
 
A proposta obriga o Sistema Único de Saúde (SUS) e os planos de saúde a custear tratamentos hormonais integrais e cirurgias de mudança de sexo a todos os interessados maiores de 18 anos, aos quais não será exigido nenhum tipo de diagnóstico, tratamento ou autorização judicial. Ao contestar o projeto ele disse que os homossexuais querem fazer uma raça diferenciada, querem prioridade em tudo e ele não concorda.
 
Na entrevista, Galli relata que existem no Brasil pacientes aguardando há 2 anos na fila do SUS por diferentes tipos de cirurgias. Já "o beleza do gayzinho vai ter prioridade de pular essa fila e ser atendido, é isso que eu não concordo. Quer ser gay, o problema é dele. Quer morar com outro barbudo, quer morar com duas mulheres vá sem problemas, mas não se blindem e não me tirem o direito de falar que isso está errado", argumentou o parlamentar. Ouça aqui mais um trecho das declarações.
 
Em 2011, o STF reconheceu por unanimidade a união entre pessoas do mesmo sexo como família, igualando direitos e deveres de casais heterossexuais e homossexuais. Dois anos depois, o Conselho Nacional de Justiça regulamentou a união homoafetiva por meio de resolução que obriga os cartórios a realizarem o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo.
 
Estatuto da família
 
O polêmico projeto do "Estatuto da Família" foi aprovado por 17 votos a cinco. Apresentado em caráter terminativo, o estatuto pode seguir direto para a apreciação do Senado, conforme prevê o regimento da Câmara. Mas os deputados contrários à proposta pretendem apresentar recurso para que o projeto também seja votado no plenário da Casa.
 
A bancada religiosa, grupo predominante na comissão, quer que a votação aconteça na semana de 21 de outubro.

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9 comentários

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  • por manoel cavalcante, em 06.10.2015 às 07:27

    Deputado de um único mandato. Não representa ninguém, não se expressa como líder, e nem paga jornalistas, rssss.. Se dispoe cristão mas não prega o amor, o respeito. Imagina se um cara desse estiverem frente a frente com Maria Madalena no lugar de Jesus na oportunidade que as pessoas queriam apedrejar ela. Ela teria sido o primeiro a condenala. Não estou defendendo os homossexuais, mas o que quero dizer que esse deputado é um ser desrespeitoso, infame, perigoso e fala como um cão raivoso. Distância de um homem desse é o que os municípios devem fazer. A classe política não é bem vista pela sociedade, sempre separam os políticos e os classificam como homens de segunda linha, homens espertos, enganadores, aproveitadores, coisa do tipo. Mas se os políticos são pessoas sel selecionadas esse galli é a pérola pura da ignorância e da falta de respeito com a população.

  • por Antonio Alves, em 05.10.2015 às 23:08

    Entendi perfeitamente o nobre deputado defendendo a família, tem sim cunho religioso, mais quem tem princípios não concorda com o que eles querem fazer, pra ser feliz não precisa mudar leis ou criar leis que agride a mim e a minha família, tenho amigo gay respeito ele e não trato com diferença, alguns deles tem princípios tem pai e mãe e sabe que pra gerar filhos é um homem e uma mulher, muitos deles querem na verdade ser brindados, essa é a minha opinião e não mudo porque sou pai e tenho família.

  • por eva, em 05.10.2015 às 17:54

    família não é só ter filhos ou casar homem com mulher ter o carater de cuidar não abandonar como tem muitos aborta joga no lixão da para alguem etc,tem muitos por aí que so faz o filho desaparecem ou fica pulando cerca fazendo filhos por ai ou até mesmo trazendo uma doença para casa,aparecem dois bobo para cuidar ainda querem criticar porque eles não podem fazer filhos, se eles tem condição querem temos de dar graças a deus vai diminuir crianças abandonadas,vão ser proibidos tbém de entrarem na igreja,

  • por eva, em 05.10.2015 às 16:57

    todo mundo tem direito de falar o que pensa, numa eleição ninguém coloca entre parentes voto so para familia depois que o candidato ganha ai vem as criticas contra gays, sapatão só não pode esquecer que todos nós qual for a natureza pagamos o seus salários

  • por ricardo, em 05.10.2015 às 15:49

    eu acho que esse joão empura a comoda porque apoiar isso tem que fazer parte dessa palhaçada

  • por Sueli M. Cardozo, em 05.10.2015 às 15:21

    Duas pessoas do mesmo sexo não constitui uma família, segundo o deputado, não geram um outro ser, não faz nascer criança. Mas, duas pessoas do mesmo sexo adotam crianças feitas pelas ditas famílias tradicionais, quantas crianças temos nas ruas em condições de misérias. Família não se forma só por laços de sangue, por cor de pele, traços do rosto, não é questão somente de sexo, ou, então, não teríamos filhos adotados e que são legítimos. Amor não é uma questão de escolha, trata de sentimento mútuo, algo subjetivo que está além do palpável materializado no papel, respeito, este que o discurso do deputado não tem. Também, os termos "Gayzinho" e "barbudos" são pejorativos e preconceituosos, típicos do senso comum, dos efeito mnemônico daqueles só repetem porque que ouvem.

  • por Orlandir Cavalcante, em 05.10.2015 às 15:19

    Este ai perde a oportunidade de qualificar o debate. O Senhor Professor Victorio Galli demosntra um sectarismo sem precedentes. É a copia fiel do atual PArlamento brasileiro. Pos tabem deve ser da ala catolica que apoia Eduardo Cunha......

  • por Lucas, em 05.10.2015 às 14:32

    Então se um casal formado por homem e mulher não puderem gerar uma criança eles não são uma família? Não tem coisa mais retrógrada do que dogmas religiosos infiltrados na política do país (que já não bastasse ser essencialmente corrupta). Fora que o deputado foi extremamente desrespeitoso ao usar termos ofensivos. Nossos legisladores são uma vergonha.

  • por João Edson Fanaia, em 05.10.2015 às 11:44

    As opiniões do "nobre" deputado devem ser respeitadas desde que pronunciadas sem desqualificação do outro. Sua fala ao se referir a barbudos é pejorativa e empobrece sua assertiva sobre a questão. Gayzinho não é menos esteriotipada. Não é tornando a discussão rasteira que o "digno" representante vai contribuir para o debate. Advogam aspectos religiosos para embasar seus argumentos, já que na prática temos bons exemplos de união homoafetiva em que os filhos são criados de forma exemplar. E cabe adicionar, homoafetividade não pega como vírus. E felicidade, cada ser humano constrói a sua. Favor não censurar meu comentário.

 
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