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18/09/2009 - 00:00

Rondonópolis também enfrenta sérios problemas na saúde pública

Por Jornal Oeste

De Rondonópolis - Dayane Pozzer Assim como Cuiabá e Várzea Grande vêm enfrentando sérios problemas na relação de médicos com a administração municipal, Rondonópolis agora também apresenta dificuldades nessa questão. No único Centro de Nefrologia para atendimento a pacientes que precisam da diálise, médicos estão descontentes com o valor dos salários pagos à categoria e ameaçam pedir demissão. Do outro lado, tentando resolver o impasse, o Executivo municipal apresentou ontem, para votação em regime de urgência na Câmara Municipal de Vereadores, um projeto de uma nova forma de contratação de profissionais na unidade. O projeto foi derrubado da pauta de urgência e terá ainda 15 dias para ser votado. Por conta do descontentamento que não se resolve, uma das médicas nefrologistas da unidade pediu demissão há alguns meses, o responsável técnico deixou o cargo e outra nefrologista ameaça se demitir também. O projeto 293/2009, que dispõe sobre efetuar a contratação temporária, mediante teste seletivo simplificado, a fim de atender o Centro de Nefrologia de Rondonópolis, não agradou também a bancada do Partido da República. “Não vou aprovar o projeto do jeito que está. Ele precisa ser discutido”, afirmou o vereador republicano Ananias Filho. Segundo o secretário municipal de Saúde, Valdecir Feltrin, que esteve ontem na Câmara para conversar com vereadores e imprensa sobre o projeto, o novo contratado sugerido aumentaria o salário de R$ 5.500 dos médicos nefrologistas para R$ 14.400,00 com o cumprimento de até 20 plantões mensais de 12 horas cada um. Já para o nefrologista responsável técnico da unidade o salário de R$ 7.000 passaria para R$ 16.000,00. No entanto, os médicos que ainda permanecem na unidade não concordam com as mudanças. O motivo seria a forma de contratação e o aumento demasiado da carga horária para 60 horas semanais, que hoje é de 44 horas semanais. Atualmente, quem faz os pagamentos dos salários e dos encargos sociais, através de repasses do município, é o Consórcio Intermunicipal de Saúde. Desta maneira, todos os profissionais da unidade são registrados em carteira e contam com os benefícios previstos na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Se o projeto for aprovado, os contratos temporários não garantiriam esses benefícios, pois a Secretaria de Saúde quer administrar sozinha os repasses. O médico que deixou o cargo afirma que a proposta não atinge as expectativas de regime trabalhista esperadas pelos profissionais, não só médicos, mas também de outras áreas como enfermeiros e técnicos de enfermagem. Segundo ele, assim que o projeto chegou na unidade na manhã de ontem, houve indignação geral por parte dos funcionários. “O projeto prevê até diminuir o salário dos técnicos de enfermagem, são mais de 30. Isso é um absurdo”, apontou. Sobre os salários atuais, o profissional explicou que perante outros estados, o pagamento está 100% desatualizado. Conforme ele, a carga horária cumprida atualmente chega a plantões de 20 horas. “Entramos às 06h30 e muitas vezes saímos às 02h30. Temos que ficar até o último paciente”, explica.
 
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