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01/09/2015 - 10:39

Henry presta depoimento à PF sobre participação na Lava Jato; advogado diz que era 'figura periférica'

Por Flavia Borges

 O ex-deputado federal Pedro Henry prestou depoimento à Polícia Federal (PF) na última quarta-feira (26) por seu suposto envolvimento no esquema apurado a partir da Operação Lava Jato, quando foi descoberto que por cerca de dez anos grandes empreiteiras organizadas em cartel pagavam propina para altos executivos da estatal e outros agentes públicos. O valor da propina variava de 1% a 5% do montante total de contratos bilionários superfaturados. Esse suborno era distribuído por meio de operadores financeiros do esquema, incluindo doleiros investigados na primeira etapa. O montante desviado da Petrobras durante os anos de governo petista segundo estimativa do banco americano Morgan Stanley chega a R$ 21 bilhões. O cálculo foi feito com base nos 3% de propina denunciados pelo ex-diretor da estatal Paulo Roberto da Costa, investigado na Operação Lava Jato da Polícia Federal.

Contra Henry pesa a suspeita de participação em uma manobra política para que Paulo Roberto Costa fosse nomeado no cargo de diretor do setor de abastecimento da Petrobras, em 2004. A articulação também teria o envolvimento de outros dois deputados federais, do já falecido José Janene e Pedro Corrêa, ambos do PP, partido ao qual Henry também fazia parte. No entanto, após ter sido condenado e preso no processo do Mensalão, foi expulso da sigla.

No inquérito do Ministério Público Federal (MPF), consta que o trio chegou a trancar a pauta do Congresso Nacional para pressionar o governo a nomear Paulo Roberto no comando da diretoria do setor de abastecimento da estatal. Depois da nomeação dele no cargo, os 'padrinhos' continuaram a defendê-lo. Em 2006, quando Paulo Roberto da Costa ficou doente, políticos e funcionários da Petrobras fizeram uma movimentação para tentar tirá-lo do cargo.

Os recursos desviados eram repassados em duas etapas aos integrantes do esquema. Primeiro, o dinheiro era repassado das construtoras para o operador. Para tanto, havia basicamente três formas: entrega de valores em espécie; depósito e movimentação no exterior e contratos simulados de consultoria com empresas de fachada. O grupo era composto por quatro núcleos: o político, econômico, administrativo e financeiro. Paulo Roberto, que durante as investigações decidiu colaborar com informações.

Prisão

Pedro Henry foi preso por participação no esquema do Mensalão, em 2013. Embora o ministro revisor, Ricardo Lewandowski, tenha argumentado que não havia provas para condenar o então líder do PP na Câmara dos Deputados, Pedro Henry, por corrupção e lavagem de dinheiro, a maioria da Corte entendeu que ele recebeu propina em troca da garantia do apoio do partido aos projetos do governo federal. O parlamentar só foi absolvido da acusação de formação de quadrilha.

Outro lado

O advogado Ricardo Almeida, que defende o ex-deputado Pedro Henry, afirmou aoOlhar Jurídico que o depoimento do ex-parlamentar à Polícia Federal foi “tranquilo”. “Ele era uma figura periférica no partido naquela época”, garantiu o jurista.

Almeida garantiu ainda que Henry não tem qualquer relação com os fatos da Operação Lava Jato. “Não tinha essa função na direção do partido. Sequer participava da direção do PP neste período”, explicou o advogado.

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  • por CACERENSE QUE VOTOU NESSE MALANDRO., em 01.09.2015 às 23:08

    ESSES CRIMINOSOS TEM QUE PAGAR PELOS CRIMES QUE COMETERAM COMA NOSSA SOCIEDADE, LUGAR DE LADRÃO É NA CADEIA..

 
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