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17/08/2015 - 11:06

Apesar das ações de prevenção, não param de surgir casos de hanseníase em Cáceres

Por Expressão Notícias

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 (Crédito: Arquivo)
O município de Cáceres, a exemplo do Estado, é considerado endêmico de hanseníase. A Organização Mundial de Saúde (OMS) preconiza 1 caso para cada 10 mil habitantes. Com cerca de 90 mil habitantes, o tolerável seria 9 casos. No entanto, conforme o Laboratório de Ações de Hanseníase, foram detectados no município, 56 novos registros da doença em 2014, 47 a mais do que preconiza a OMS. E, em apenas, seis meses de 2015, pelo menos, 24 novos casos, 15 a mais do tolerável, já foram registrados na unidade.
 
            “Admitimos que o município é endêmico, o Estado é endêmico. Mas, isso não quer dizer que estamos de braços cruzados. Pelo contrário, realizamos ações para descoberta da doença. Fazemos educação em saúde; estamos em constante busca de novos casos” explica a sanitarista Rose Bernadete, responsável pelo laboratório de Ações de Hanseníase, instalado no Hospital O Bom Samaritano, assinalando que, atualmente 32 pacientes estão internados no hospital em tratamento da enfermidade.
 
Mato Grosso possui a maior taxa de incidência de hanseníase no Brasil. Dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES) apontam que o estado ocupa o primeiro lugar em coeficiente da detecção geral em relação aos 27 estados da Federação. No total, em 2014, foram identificados 2.903 casos para detecção geral e 206 novos casos em menores de 15 anos. Dos 141 municípios destacam-se Cuiabá com 352 casos, Várzea Grande com 215, Rondonópolis com 123, Sinop, Tangará da Serra, Cáceres, Sorriso e Alta Floresta com 205 casos.
 
Considerada a doença mais antiga da humanidade, a hanseníase ainda representa um grave problema para a saúde pública brasileira. Único país no mundo a não estar em fase de erradicação da doença, o Brasil não cumpriu com a meta da Organização das Nações Unidas (ONU), de eliminar a hanseníase até 2015. Dados do Ministério da Saúde, em 2014, 31.064 casos novos de hanseníase foram identificados em todo o país, o que corresponde a um coeficiente de incidência de 15,32 novos casos da doença por cada 100 mil habitantes.
 
Para discutir essa situação e recomendar medidas emergenciais, o embaixador da ONU para eliminação da hanseníase, o japonês Yohei Sasakawa reuniu, na terça-feira (11) com o deputado estadual, doutor Leonardo (PDT), a reitoria da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) e representantes da Organização Pan Americana de Saúde (Opas) e do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan).
 
Vice-líder do governo, ele afirmou que o Estado vai honrar com o compromisso de campanha, que é eliminar a doença. “Eu me comprometo e não medirei esforços para sensibilizar toda a sociedade mato-grossense. Há muitos anos já venho trabalhando no combate desta doença. Fiquei emocionado em receber o embaixador e acredito que a data de hoje é um marco para nosso estado, pois estamos somando esforços internacionais”, destacou.
 
“Admitimos que o município é endêmico, o Estado é endêmico. Mas, isso não quer dizer que estamos de braços cruzados. Pelo contrário, realizamos ações para descoberta da doença. Fazemos educação em saúde; estamos em constante busca de novos casos” explica a sanitarista Rose Bernadete, responsável pelo laboratório de Ações de Hanseníase, instalado no Hospital O Bom Samaritano, assinalando que, atualmente 32 pacientes estão internados no hospital em tratamento da enfermidade.
 
Preocupado com os números alarmantes da doença no estado, Sasakawa disse que quer contribuir dando apoio, para ajudar na eliminação da doença, em Mato Grosso e no Brasil. O embaixador lamentou que dos 120 países que ele já percorreu, o Brasil ainda está nessa situação agravante. O embaixador pediu ao deputado doutor Leonardo que sensibilize os Poderes do estado, destacando que este é um trabalho humano, com foco no doente.

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  • por Dimas Santana Souza Neves, em 17.08.2015 às 22:27

    Há estudos científicos sobre isso? Sobre a quantidade e o local de residência da população? Isto deve ser feito porque eu vejo alguns casos de pessoas procurando o Hospital Bom Samaritano e boa parte deles não são desta cidade. Nenhum preconceito, nenhuma contestação da condição, apenas para verificar, de maneira mais precisa, essa realidade. Isto porque parece que a população de Cáceres não se preocupa com isso, mas, em conversas com pantaneiros ribeirinhos eu vejo que eles mudaram muito o comportamento por causa das informações desses profissionais dignos do Hospital O Bom Samaritano.

 
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