Jornal Oeste

Quatorze crianças e portadores de necessidades especiais foram estuprados de janeiro a maio de 2015, em Cáceres. O número é duas vezes e meia a mais que os 12 meses de 2014, quando foram registrados seis casos desse tipo de violência. É o que revela uma estatística da Delegacia Especializada de Defesa da Mulher. Os estupros, principalmente, de vulneráveis, como é tipificado esse crime, conforme o levantamento, cresce a cada dia no município. A estatística aponta ainda um crescimento de mais de 100%, de estupros contra mulher. Em 2015 foram seis contra 13, somente, nos cinco primeiros meses deste ano.
 
Na avaliação da delegada Judá Maali Pinheiro Marcondes, não houve aumento da violência sexual o que ocorre, segundo ela, é que hoje as pessoas estão mais conscientes e denunciando mais.
 
“A violência sexual contra crianças, portadores de necessidades especiais e mulheres, sempre existiu. Acontece que hoje as vítimas estão mais conscientes e denunciando mais. As mães estão mais atentas com os filhos e as mulheres, acreditando na justiça, passaram a procurar mais a polícia. Dai o aparente crescimento dos casos” afirma Judá acrescentando que “as investigações comprovam que os estupros, principalmente, de vulneráveis, são praticados, a maioria, por pessoas da própria família, geralmente por padrastos, tios, primos ou pessoas próximas, que têm convívio com a vítima”.
 
Além dos casos consumados, existem ainda, conforme o levantamento, as tentativas de estupros. Em todo ano de 2014 foram quatro, contra três, apenas em cinco meses de 2015.
 
A violência doméstica e familiar, conforme os números, aumenta em todos os aspectos. Em 2014 foram registrados 178 ocorrências de lesões corporais contra mulheres. Nos primeiros cinco meses de 2015 já foram 178. Neste ano foi registrado, inclusive, um caso de lesão corporal seguido de morte. Por estarmos apenas no início do mês de julho, a delegacia ainda não dispõe de uma estatística mais detalhada sobre a violência doméstica e familiar. O que se sobressai é o crescimento da violência sexual.
 
Já o levantamento de 2014 mostra um quadro mais completo da situação. Conforme a delegacia, foram registrados 178 ocorrências de ameaças, 165 de lesões corporais, cinco de maus tratos, um caso de cárcere privado, seis estupros, seis estupros de vulneráveis, três tentativas de estupros, seis tentativas de homicídios, dois casos de importunação ofensiva ao pudor, dois de satisfação da lascívia na presença de menores, 33 injúrias, três difamações e oito perturbação da tranquilidade. Foram instaurados 434 inquéritos e baixadas 306 medidas protetivas. Além de 22 inquéritos por estupro de vulneráveis.