Jornal Oeste

Da Reportagem Quando cunhou o Termo de Certidão criando o Arraial de Cuiabá, há 290 anos, o bandeirante Pascoal Moreira Cabral, por certo, não se pôs a refletir sobre o que seria daquele lugar no futuro. Sua inquietação era mais imediata: garantir posse dos generosos veios de ouro que brotavam do chão. Absorto com questões urgentes – como esquadrinhar as minas e proteger-se dos bororos, por exemplo -, não ocorreu a Pascoal Moreira Cabral dimensionar os frutos da semente que estava plantando, naquele 8 de abril de 1719, às margens do rio Coxipó. Certamente o bandeirante não imaginou que ali se edificaria uma cidade rica, acolhedora, democrática, pujante, criativa e alegre. Uma cidade que, a despeito de seu isolamento geográfico no coração do centro-oeste, logrou erguer-se como capital de um Estado cada vez mais protagonista no cenário nacional. Duzentos e noventa anos se passaram desde que o desbravador se apossou das minas de ouro daquela terra quente, de verdejantes forragens e índios seminus, dando início à rica história desta cidade de tantos brasileiros. A dez anos de completar três séculos de vida, a Cuiabá nascida da inquietude dos bandeirantes no Brasil colônia caminha para a consolidação como um polo de influência cada vez mais abrangente – o que dá a dimensão das tamanhas transformações por que passou a cidade em quase 300 anos. Para comemorar o aniversário de Cuiabá e sua iminente chegada aos três séculos de existência – afinal de contas, o que são dez anos para a História? -, o Diário resolveu presentear seu leitor com uma reflexão sobre o futuro da cidade. Uma série de reportagens, elaboradas por jornalistas de todas as editorias, antecipa os projetos e as aspirações para a Cuiabá de 2019, quando a cidade completará 300 anos. Não se trata de um mero exercício de futurologia. Mas de um trabalho de rara precisão e profundidade.