No entanto, nem o avô, nem a tia, que também tem uma criança, manifestaram interesse em ficar com o bebê, de acordo com a assistente social. A menina ficou internada até domingo (24), onde também recebeu acompanhamento do Conselho Tutelar, e depois foi levada para o abrigo.
A Polícia Civil informou que já existe a suspeita de quem seria a mãe do bebê, mas que ela ainda não foi localizada. A família dela também não procurou a polícia. "As investigações estão seguindo, mas não podemos dar detalhes para preservar as investigações", disse o delegado Carlos Bock, que apura o caso.
O policial militar Maurizon Gomes dos Santos, que foi chamado para atender a ocorrência no dia do abandono do bebê, contou que a suspeita é de que a mãe do bebê trabalhasse em uma casa próxima ao local onde a criança foi deixada.
"Ela teria tido a criança sozinha na casa. Ela chega no local por volta de 4h e na casa só estava a idosa que ela cuida. Ao ver a movimentação, ela teria fugido. Um vizinho sabia que ela estava grávida e depois disso ela sumiu e não voltou mais ao trabalho", disse o policial.
Em mais de 10 anos de profissão, Maurizon disse que não tinha atendido um caso tão deprimente e não esperava atender, principalmente naquela tranquila cidade de pouco mais de 5 mil habitantes. A mãe da menina ainda não foi localizada.
O policial foi chamado pelo casal de idosos, que mora na casa onde o bebê foi abandonado. Os moradores ouviram o choro do bebê e saíram para verificar o que estava acontecendo, quando encontraram a menina. Ela estava nua, suja de sangue, fezes e ainda com o córdão umbilical.
"Quando cheguei, eles [moradores] estavam com medo de pegar a criança e sofrer represálias porque estava na casa deles, mas eu disse que não e pedi que me dessem lençóis para enrolar o bebê, que estava com frio e tremia muito", contou o policial.
No hospital, o bebê ganhou roupas, inclusive de mães de meninos. "O que importava era que estivesse agasalhada", disse o policial, se referindo à roupa azul que a menina vestiu no hospital.