Jornal Oeste

A Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), com a participação do Ministério Público Federal, do Poder Público Municipal e de organizações da sociedade civil está realizando um projeto em Cáceres para a discussão da situação do patrimônio histórico, a viabilidade de implementação de projetos de preservação, aproveitamento do conjunto arquitetônico tombado e restauração de hábitos culturais da cidade.

O Instituto de Patrimônio Histório e Artistico Nacional (Iphan), autarquia do Governo Federal, tombou o centro do município de Cáceres, que também conta com tombamentos por parte do Governo do Estado de outros prédios fora deste centro histórico.

Além de Cáceres, Cuiabá é a única outra cidade mato-grossense a ter seu centro histórico tombado, um sinal de seu valor e da necessidade de atenção por parte do poder público e da sociedade. De acordo com o procurador do Ministério Público Federal (MPF), Felipe Mascarelli, a ideia de envolver o MPF de Cáceres no projeto surgiu da preocupação com que o patrimônio histórico, e também a cultura, sejam preservados e a valorizados.

O grupo se reuniu na quinta-feira (7), na Câmara Municipal de Cáceres. “Foi uma reunião extremamente importante, porque começa a despertar na população o interesse por todas as ações que ela pode fazer em benefício da própria cidade”, diz o procurador. “Queremos não apenas trabalhar a questão do patrimônio histórico como beleza, mas mudar a forma como o cidadão se relaciona com a cidade e resgatar o orgulho de ser cacerense, porque Cáceres tem uma história fantástica, extremamente importante, e, hoje em dia, não temos um conhecimento difundido disso, e também não há um patrimônio muito bem cuidado. Então a gente quer transformar isto, mostrando o potencial da ação de cada cidadão na mudança da cidade”, afirma Mascarelli.

A historiadora e professora Maria do Socorro Sousa Araújo, do Departamento de História da Unemat, também é uma das coordenadoras do projeto. De acordo com ela, a proposta do projeto, que dentro da Unemat já reúne alunos e professores dos cursos de História, Direito, Letras e Geografia, é ampliar a discussão sobre a necessidade da preservação do patrimônio e da cultura.

“É importante que consigamos juntar um grupo de pessoas que tem ideias e tem vontade que essas ideias sejam colocadas em prática, para buscarmos o mais rápido que pudermos uma revitalização dos espaços públicos e, sobretudo, ter um redimensionamento da cultura local para que a cidade tenha mais brilho”, explicou a professora.

Segundo o procurador e a professora, dois pilares alicerçam a ideia do projeto de valorização do patrimônio histórico: informação e envolvimento social. Coordenados, esses dois mecanismos tendem a ampliar a percepção que sociedade cacerense tem do seu patrimônio histórico, do quão grande é sua riqueza e importância histórica e cultural.

Uma das propostas centrais é a educação patrimonial promovida em escolas públicas de Cáceres, com pretensão de ampliar projeto já existente coordenado por docentes e acadêmicos da Unemat.