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19/04/2015 - 10:22

'Calote' no São Luiz e no Regional de Cáceres derruba secretário de Saúde de Pedro Taques

Por Eduardo Gomes/MTAQUI

Lorrana Carvalho/Assessoria/SES-MT

 (Crédito: Lorrana Carvalho/Assessoria/SES-MT)
Marco Bertúlio não suportou mais e entregou o cargo de secretário de Saúde de Mato Grosso. Tanto o demissionário quanto o governador Pedro Taques (PDT) fazem silêncio sepulcral sobre o caso, que é o primeiro racha do governo recém-instalado.

Nos bastidores Taques tenta encontrar uma justificativa que convença a população que tudo vai bem no Palácio Paiaguás e paralelamente a isso alinhava a  substituição do demissionário por um correligionário político do Vale do Araguaia.


 
Por duas vezes Marco Bertúlio esteve a um passo do xilindró por conta da incapacidade de atendimento da Secretaria de Saúde. Além disso, sofre pressão de deputados, prefeitos e do pessoal da área de sua secretaria. Médicos dos hospitais São Luiz e Regional de Cáceres, ambos naquela cidade, agendaram greve geral por tempo indeterminado a partir do dia 23, por falta de recebimento de salários, uma vez que o governo não faz os repasses devidos àqueles hospitais de referência do Sistema Único de Saúde (SUS) para 350 mil habitantes na faixa de fronteira com a Bolívia.

Isoladamente todos esses fatos e o conjunto deles contribuíram para o secretário entregar a chave de seu gabinete a Taques, mas o fator que mais pesou pela decisão foi o não cumprimento da meta financeira de 12% do orçamento para a Saúde.

Marco Bertúlio teria dito a um amigo que o governo arrecada, mas não cumpre seu papel na esfera de sua secretaria.

Ao amigo Marco Bertúlio revelou que sua decisão de sair do governo foi manifestada na quinta-feira (16).

O secretário teria dito que “Não suportava mais o descontrole” da Secretaria de Administração e da Procuradoria Geral do Estado.

Naquela data teria comunicado ao governador que não ficaria mais no cargo. Taques teria pedido calma, mas o posicionamento do secretário foi firme e manteve o “Estou saindo”.

Nos meios políticos a decisão de Marcos Bertúlio foi recebida como verdadeira bomba, mas o temor generalizado mantém o caso longe do conhecimento público.

Taques terá o feriado prolongado ao seu lado para costurar a saída e a substituição do secretário. 

Neste sábado Taques foi a Água Boa, no Vale do Araguaia, oficialmente para participar da abertura do Megaleilão do empresário Maurício Tonhá.

Nos bastidores, no entanto, se comenta que a viagem do governador teve outro objetivo: convidar o médico Mariano Kolankiewicz Filho para suceder o demissionário Marco Bertúlio.

Kolankiewicz foi candidato a prefeito daquele município, pelo PDT, em 2012, e perdeu por pequena margem. Coincidentemente ou não, o secretário Eduardo Moura (Desenvolvimento Regional), que é daquela região, voou com o chefe para Água Boa.

Somente na quarta-feira, depois do feriado de Tiradentes será possível saber o desfecho desse caso.

Comentários

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5 comentários

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  • por Fatynha, em 20.04.2015 às 23:45

    Falar aqui de fora é fácil. Será que seria mesmo falta de capacidade do secretário, ou muitos interesses políticos dos apoiadores de campanha do governador? Coberto de razão o secretário secretário de saúde, ele não deve em hipótese alguma deixar a sua chance de fazer seu doutorado na USP para o qual foi aprovado com uma nota altíssima, o que não é pra qualquer um para assumir secretaria de saúde sem autonomia financeira. Ademais ele é um servidor de carreira, não deve jogar seu nome na lama com essa politicalha suja. Cargo de secretário é passageiro, o seu doutorado é definitivo. Toda sorte ao Marco Bertúlio em seu doutorado na USP. Não é pra qualquer um repito.

  • por o kara, em 20.04.2015 às 22:01

    já começou a dança das cadeiras nas secretárias do governo,quero ver quem será o próximo a pedir demissão ou ser demitido igual a prefeitura de cáceres.

  • por Plínio, em 20.04.2015 às 17:23

    Se o Governo fizer os repasses como pactuado, eu duvido que a região teria problemas com a saúde da população. Está provado que esse modelo de administração é o que melhor reflete. Mas o descaso dos administradores públicos deixa com que fiquemos alijados de um atendimento digno.

  • por Odenor, em 19.04.2015 às 15:49

    Maior que o problema da Saúde Pública é gerir a Saúde Pública. Muitos interesses corporativos obscuros, dificultam cada vez mais, uma melhor prestação de serviços nessa área vital.

  • por Luiz Selasco Cebalho, em 19.04.2015 às 11:18

    Falta de capacidade do secretário so isso

 
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