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29/03/2015 - 10:37

Livro conta a história do fundador de Cáceres

Por Angélica Moraes

A Gazeta

 (Crédito: A Gazeta)
O capitão-general Luís de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres foi o homem designado pelo Marquês de Pombal, em 1771, para ser o governador da capitania de Mato Grosso.
 
A indicação desse jovem oficial militar português era crucial naquele momento histórico no qual Portugal buscava garantir a posse de vastos territórios na região oeste do Brasil, que eram motivos de disputa com a Espanha.
 
A trajetória deste personagem, um dos mais importantes governadores de Mato Grosso no Brasil Colônia, é contada o livro Luis de Albuquerque - Viagens e governo na Capitania do Mato Grosso (1771 1791), de Janaína Amado e Leny Caselli Anzai.
 
O lançamento é da editora Versal e o livro pode ser adquirido por meio de sites das livrarias Cultura e Travessa.
 
Vencedora do Prêmio Odebrecht de Pesquisa Histórica - Clarival do Prado Valladares, a obra retrata as dificuldades enfrentadas pelo capitão-general na consolidação do centro-oeste brasileiro no século XVIII.
 
“Luís de Albuquerque contribuiu decisivamente para ampliar a fronteira oeste da colônia portuguesa na América, levando-a, em grandes linhas, ao que ela é hoje. As informações que produziu e recolheu, principalmente sobre o Centro-Oeste e a Amazônia, foram preciosas e continuam a ser hoje em dia, pois lançam luz sobre diversos aspectos como os processos de ocupação de terras, as relações sociais entre brancos, indígenas e negros, as guerras entre espanhóis e portugueses, a construção de fortes, vilas e arraiais, a mineração e o abastecimento, entre muitos outros”, revelam as autoras.
 
Entre as missões de Luís de Albuquerque estavam as de garantir o acesso às minas de ouro e às ricas bacias hidrográficas locais, além de fortalecer as fronteiras portuguesas.
 
Para dar conta desses desafios, Luís de Albuquerque, que havia sido designado para um mandato de três anos, permaneceu à frente da capitania por 17 anos, período ao longo do qual realizou, com êxito, as missões que lhe foram confiadas pelo Marquês de Pombal e construiu diversas edificações, entre as quais o Real Forte Príncipe da Beira, joia da arquitetura militar brasileira, localizado às margens do rio Guaporé, no atual estado de Rondônia.
 
“As providências tomadas por Luís de Albuquerque ajudaram a garantir para Portugal, e posteriormente para o Brasil, terras cujas posses antes de sua atuação ainda não estavam definidas”.
 
Com 352 páginas, a obra reproduz os diários e retratam as dificuldades enfrentadas pelo capitão-general no território luso americano naquele período.
 
Devidamente registradas, as andanças de Luís de Albuquerque dão notícia de rotas, fundação de vilas, métodos de aproximação com os habitantes locais, coleta e criação de toponímias para acidentes geográficos, fenômenos climáticos e exemplares da flora ou fauna regionais.
 
De todos os seus grandes trajetos Luís de Albuquerque produziu registros em seus diários. Viajantes oficiais, no século XVIII, costumavam fazer anotações sobre suas viagens, principalmente quando as rotas eram perigosas e pouco conhecidas; o que difere Luís de Albuquerque da maior parte desses viajantes é que ele produziu e manteve diários de viagem desde que saiu de Portugal até seu retorno a Lisboa, quase 20 anos depois.
 
Outra particularidade é que ele foi o primeiro governador que para chegar a Mato Grosso fez seu percurso por terra.
 
A maior parte dos administradores coloniais chegava a Vila Bela pela rota das monções do sul, vindos por São Paulo, ou pelas monções do norte, saindo da atual cidade de Belém.
 
“Os diários foram o ponto de partida para a pesquisa, mas a eles foram acrescidos muitos outros documentos existentes em arquivos históricos de Portugal, Estados Unidos e Brasil. Produzidos em diferentes contextos, a documentação analisada é composta por cartas pessoais, ofícios e uma rica iconografia, entre as quais mapas e planos cartográficos, aquarelas contemporâneas de rios, povoações e desenhos botânicos, além de fotografia antigas e atuais”, complementam as pesquisadoras.
 
PRÊMIO
 
Ter vencido um prêmio nacional voltado para pesquisa é muito importante para as autoras.
“Há pouco incentivo à pesquisa histórica no Brasil e as agências de fomento oficiais não ofereceriam os recursos financeiros necessários para uma publicação deste porte. O que nos alegra é também o fato de que o livro ficará à disposição do grande público, com informações sobre uma região Brasil ainda pouco divulgada, apesar de sua grande importância histórica e atual”.

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3 comentários

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  • por Beatriz G., em 25.04.2015 às 21:36

    Muito bom, ajudará no vestibular da Unemat!

  • por Olga, em 22.04.2015 às 08:34

    O IHGC aguarda o exemplar pedido à livraria Cultura. Termos mai uma forma de acesso à necessaria pesquisa. Aguardem!!!

  • por Divina, em 01.04.2015 às 11:07

    A Biblioteca Pública Municipal, recebeu um exemplar desse livro caso alguém queira conhecê-lo é só procurar, só não está disponível para empréstimo. Pois temos só um exemplar.

 
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