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02/03/2015 - 11:32

Reportagem expõe motivo da desativação da Cooperativa de Reciclagem de Cáceres

Por Expressão Notícias

Ilustração

 (Crédito: Ilustração)
Um lote de 125 caixas de Somatropina Hormotrop, medicamento de uso extremamente controlado e altíssimo custo, avaliado em aproximadamente R$ 140 mil – cada caixa com uma ampola custa R$ 1.104,76 - foi encontrado em uma cooperativa clandestina de reciclagem de lixo, em Cáceres.

Potente anabolizante, indicado para crianças e adultos que apresentam carência de hormônio natural, a Somotropina foi descoberta depois de um desentendimento entre o proprietário do imóvel e o dono da cooperativa.  Informado sobre o caso o Ministério Público determinou a Vigilância Sanitária a fazer a apreensão do medicamento.


A apreensão aconteceu no dia 20 de fevereiro. Os agentes de saúde informaram que, as caixas estavam armazenadas de forma inadequada em uma geladeira, em péssimo estado de conservação no interior da cooperativa. Por ser de alto custo, o medicamento está em falta na rede pública, em Cáceres, e só é vendido em farmácias particulares, através de pedido.

A denúncia sobre o armazenamento do anabolizante foi feita pelo aposentado Joaquim Izidro Fontes, proprietário do imóvel, onde funcionava a cooperativa, no bairro Vila Irene.

Ele resolveu denunciar, após ter se desentendido com o dono da cooperativa, Aurino Castro. Em contato com um promotor de justiça, Fontes disse que, havia sido informado da existência do remédio por funcionário da própria cooperativa. Conta que foi ao local indicado pelo funcionário e encontrou os produtos. Diz que, na hora em que, abria a geladeira, foi flagrado por Aurino, que no momento de raiva, afirmou ter não apenas 125 mais 500 caixas do anabolizante. O aposentado admite que, durante o desentendimento, teve que usar uma arma para “expulsar” o proprietário da cooperativa.

Coordenador do Serviço de Vigilância Sanitária, Josué Waldemir de Alcântara, confirma a apreensão, mas evita dar maiores informações porque, segundo ele, o caso está sob investigação do Ministério Público. O promotor Douglas Lingiardi Strachinini, disse na quinta-feira, que estava aguardando o relatório da Vigilância Sanitária para avaliar que posição tomar. Adiantou, no entanto que, sendo comprovada a apreensão irá notificar o dono da cooperativa para apurar a procedência do produto e, no caso, responsabilizar os culpados.

Por outro lado
           
Proprietário da cooperativa, Aurino Castro, disse que “tudo não passa de uma armação” feita pelo aposentado Joaquim Fontes para prejudica-lo. E, que, no momento oportuno, irá provar na justiça. Explicou que, o medicamento foi adquirido de forma legal, por uma pessoa que convive com ele (não disse o nome) para tratamento de um filho que tem problema de crescimento. Garante que, apenas cedeu a geladeira para armazenagem do produto.

         
   Afirma que a mãe do garoto conseguiu o medicamento, através de um pedido médico, por ordem judicial, por intermédio da Defensoria Pública da União, por se tratar de um produto de alto custo. Confessou que não sabe, exatamente, que quantidade do anabolizante foi adquirida pela companheira para tratamento da criança.

           
Contra-atacou o denunciante dizendo que “Joaquim Fontes é uma pessoa de alta periculosidade” que já foi preso inúmeras vezes por diversos tipos de crime. Denunciou que o aposentado dispõe de um verdadeiro arsenal dentro de casa e que vive atirando em todas as direções no local. Disse que, a cooperativa funciona de forma clandestina porque, ele não conseguiu legalizá-la porque existem muitos impostos pendentes.

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3 comentários

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  • por Lucas, em 03.03.2015 às 14:53

    O dono da cooperativa tem que explicar muito bem essa quantidade absurda de remédios e pq, por exemplo, não estavam armazenadas em sua própria casa. Agora, vê-se conhecem o "sr. Joaquim" apenas superficialmente: pessoa arrogante e prepotente ao EXTREMO enquanto na pele de "bom velhinho".

  • por Nilson Cunha de Macedo, em 02.03.2015 às 17:55

    Conheço o Sr. Joaquim Izidro Fontes há um bom tempo e só tenho coisas boas para falar a seu respeito. Trata-se de um homem culto e honesto, procurou trabalhar nesta cidade da maneira mais competente possível. Seus produtos na Cerâmica Fontes eram de excelente qualidade assim como seus trabalhos artísticos em terra cota, basta verificar alguns no museu da UNEMAT. É uma pena que pessoa tão honesta, inteligente e competente seja taxada em Cáceres apenas como um "louco". Ele já esteve sim, envolvido com a Justiça, mas sempre por motivos políticos e nunca por atos desonestos. Infelizmente, nossa cultura, brasileira em geral e cacerense em particular, não aceita bem pessoas disciplinadas e exigentes, ainda mais quando são reclusas e introspectivas. É lamentável o ocorrido, eu mesmo levava os meus resíduos sólidos até a Cooperativa regularmente e sou um grande entusiasta da reciclagem de resíduos sólidos.

  • por Nair, em 02.03.2015 às 12:19

    PERAI, O PROPRIO RESPONSAVEL DA COOPERATIVA ASSUMI QUE É CLANDESTINO SUA COOPERATIVA, ENTÃO O QUE O MP, PREFEITURA, FISCALIZAÇÃO, NÃO TOMAM UMA ATITUDE DE INTERDITAR, PROCESSAR OS RESPONSAVEIS PELA IRREGULARIDADES?

 
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