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08/10/2014 - 21:17

Oito etnias indígenas podem desaparecer, diz Funai

Por Gustavo Nascimento

A Fundação Nacional do Índio (Funai) prorrogou por mais dois anos o prazo de proibição de entrada ou permanência de não índios na Terra Indígena Piripkura, região noroeste de Mato Grosso. Conforme a Fundação, na área se encontram os dois últimos membros da etnia, sobreviventes de um massacre realizado por fazendeiros da região. A etnia está ameaçada de extinção. 

Além dos Piripkuras, outras sete etnias de Mato Grosso, correm risco de sumirem do mapa devido à vulnerabilidade e disputas de terras com fazendeiros e madeireiros. 

Os piripkuras Mande-í e Tucan se encontram isolados entre os municípios de Colniza (1.044 km a noroeste de Cuiabá) e Rondolândia (1.021 km a noroeste de Cuiabá). A dupla mora em uma área de aproximadamente 242 hectares, o que equivale a 242 campos de futebol. 

Eles se comunicam exclusivamente por meio do idioma Tupí-kawahíb, mantêm intacto seu universo simbólico e cosmológico e continuam rejeitando o processo de colonização, com a sobrevivência baseada em práticas produtivas tradicionais (caça, pesca, coleta e fabricação de utensílios). 

Desde 2010, esta foi terceira vez que a Funai prorroga a proibição de contato. A nova restrição vale por mais dois anos, a contar da última segunda-feira (6), quando foi publicada a Portaria 1.153 no Diário Oficial da União (DOU). 

Os dois indígenas foram descobertos em 1998, após expedições na região. Quando foram encontrados, os indígenas estavam gravemente doentes com malária e catapora. Relatos contam que um deles estava com diversas pedras na vesícula. 

De acordo com a assessoria da Funai, o primeiro contato com os piripkuras, nome como são chamados por outras etnias indígenas da região, ocorreu durante os anos 1980. Conforme os registros da entidade, ao menos, 20 piripkuras viviam juntos no local. 

Até esta data, a tribo nômade era considerada extinta, em virtude de diversos massacres realizados por grileiros, madeireiros e outros grupos rivais. 

A aldeia de Mande-í e Tucan foi invadida por homens armados, que mataram quase todos os indígenas. Além da dupla, poucos sobreviveram. Entre eles, a jovem Rita. 

Porém, após anos vagando pelas florestas, ela foi capturada e levada para uma fazenda, onde virou escrava sexual e doméstica de peões, até ser resgatada pela Funai, em 1984. Rita atualmente vive com os Karipunas em Rondônia. Por muitos anos, ela foi considerada a única representante dos Piripkuras viva, até os indigenistas localizarem Mande-í e Tucan. 

Para proteger o território e estudar o grupo, o governo federal decidiu controlar o acesso pela primeira vez em 2008. Na ocasião, a Funai determinou a restrição para proteger os indígenas Tyku e Mondé-i do contato com grupos sociais que pudessem lhes transmitir doenças. 

Durante a proibição, somente pessoas autorizadas pela Coordenação-Geral de Índios Isolados e Recém Contatados da Funai poderão ingressar, locomover-se ou permanecer na área. 

Comentários

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4 comentários

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  • por Indignado, em 25.10.2014 às 14:39

    Tinha só que existir a raça indigena não o índio, porque são todos safados, sem vergonha enquanto nos cidadãos temos direitos e deveres essa raça só tem deveres, nós pagamos impostos, temos documento, habilitação, não podemos andar armados, enquanto isso esses vagabundos podem tudo que não há legislação pra esse bando de preguiçosos, que são um peso morto em cima da terra.

  • por GRACINDO SALES DA SILVA, em 10.10.2014 às 18:17

    Os índios estão mais que certos, sair de suas terrar para ficar nelas os plantadores de soja, acabar com o melhor alimento que é o PEIXE, e outras coisitas mais? só para satisfazer políticos? não, não saiam daí IRMAOS, a terra é de vocês.

  • por Jose Mesquita, em 10.10.2014 às 08:17

    Começaram a desaparecer desde a chegada dos Jesuítas!

  • por Zé Dirceu Jr, em 10.10.2014 às 08:15

    Não fará falta alguma. Só da prejuizo.

 
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