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16/08/2009 - 00:00

Governo da Bolívia nega que expulsará famílias brasileiras de San Inácio

Por Jornal Oeste

Terra O governo da Bolívia negou neste domingo que expulsará famílias brasileiras que vivem em Santo Inácio de Velasco, no departamento de Santa Cruz, cidade próxima à fronteira com o Brasil. Na quinta-feira, o vice-ministro de Terras, Alejandro Almaraz, havia declarado a uma rádio que 20 famílias que se assentaram na região de forma ilegal e se dedicam ao corte indiscriminado de árvores seriam expulsas antes do final do mês. Hoje, no entanto, o vice-ministro disse, em uma entrevista ao canal estatal do país, que "é falsa" a informação sobre o despejo à força de moradores brasileiros da cidade no departamento de Santa Cruz. Afirmou ainda que as expulsões de cidadãos estrangeiros assentados em povoações fronteiriças durante o mandato de Evo Morales foram realizadas "com pleno respeito aos direitos humanos, de uma maneira razoável e com consideração pelas pessoas". Acrescentou que, em outros casos, algumas pessoas tiveram que ser despejadas "porque a situação não admitia maiores demoras" e citou o caso de um empresário brasileiro que explorava madeira em território boliviano ilegalmente. Almaraz lembrou que a Bolívia e o Brasil coordenam, juntamente com a Organização Internacional para as Migrações (OIM), a recolocação de famílias brasileiras pobres, que vivem em cidades que fazem fronteira com o Brasil, para o departamento amazônico de Pando, no norte do país. "Temos um convênio que está sendo executado com a participação da OIM que nos permitirá esta recolocação com alternativas econômicas até dezembro. Vamos ser rigorosamente respeitosos ao acordo que assinarmos com o Brasil", disse. A medida responde ao novo texto constitucional promulgado em fevereiro, que assegura que nenhum estrangeiro pode adquirir ou ter propriedades em território boliviano sob usufruto a 50 km da fronteira. O governo também deu início à aplicação de um plano, nesta semana, para transferir famílias camponesas de outras regiões para Pando, com o objetivo de "sentar soberania" nas fronteiras e proteger o território boliviano de ocupações ilegais.
 
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