Notícias / Economia

16/08/2009 - 00:00

Acordo entre MT e Bolívia para suprimento de gás sai nesta segunda

Por Jornal Oeste

Marcondes Maciel Diário de Cuiabá O tão esperado contrato de fornecimento de gás natural entre a Companhia Mato-grossense do Gás (MT Gás) e a estatal boliviana Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) poderá ser assinado nesta segunda-feira, dia 17. A informação foi passada na última sexta-feira pelo presidente da MT Gás, Helny de Paula. “Esperamos para qualquer momento a chegada da minuta com a proposta que já foi discutida e aprovada pelos técnicos mato-grossenses e bolivianos”, informou. A possibilidade de faltar gás natural em Cuiabá ainda este mês não causa preocupação ao presidente da estatal mato-grossense. Em recente comunicado aos postos revendedores, a distribuidora informou que se o fornecimento não fosse restabelecido logo, os estoques poderiam se esgotar ainda este mês. De acordo com o comunicado, o suprimento estaria sendo feito apenas com o gás ‘estocado’ nas tubulações do duto. Ainda segundo o comunicado, o último envio a Mato Grosso teria ocorrido em dezembro do ano passado. O presidente da MT Gás garantiu ontem ao Diário que não há qualquer possibilidade de faltar GNV porque o acordo já está praticamente aprovado. Além disso, segundo ele, os estoques existentes no duto seriam suficientes para abastecer Mato Grosso por um prazo de pelo menos 60 dias. A expectativa da Companhia é de que o novo valor comercial do gás pago à YPFB caia dos atuais US$ 9,65 por milhão de BTU (Unidade Térmica Britânica, equivalente a 27 m³ de gás) para patamares entre US$ 5,80 a US$ 6,30 por milhão de BTU, queda estimada entre 34% a 39%. Com isso, os preços na bomba poderão recuar de R$ 1,69 para até R$ 1,40. “O novo contrato terá uma redução considerável nos valores pagos por Mato Grosso”, garante Helny de Paula, acrescentando que todas as discussões nas áreas operacional e técnica já foram concluídas e “só falta a YPFB enviar a minuta do documento a ser assinado pela MT Gás e pelo governador Blairo Maggi”. Helny admitiu que a demora na assinatura do novo contrato existe porque este acordo prevê fornecimento de longo prazo à estatal mato-grossense. “Não é um contrato qualquer, este deverá firmado por 15 anos, daí a complexidade para a assinatura dos documentos porque envolve acordos internacionais e interesses dos dois países. Não estamos em busca de mais um acordo, mas do contrato que garantirá o fornecimento por um período bem mais longo, que dará segurança e restabelecerá a credibilidade e confiança da sociedade no gás natural”, frisou Helny de Paula. Ele afirmou que todos os cuidados foram tomados para assegurar uma boa negociação. “A redução dos preços para o consumidor é certa, mas não há nenhum milagre nisso. É uma questão de mercado. Os preços da cesta dos combustíveis baixaram em todo o mundo, assim como houve também uma queda do dólar. É uma coisa lógica, natural de mercado”. De acordo com especialistas da área, com dólar em queda existe a possibilidade de o preço manter uma tendência de retração. O valor da commodity sofre influência da moeda norte-americana, impactando diretamente na conta do gás, que é feita a cada quatro meses. “O Brasil começou a produzir gás nas bacias de Santos e Espírito Santo. Com isso, deixamos de importar 15 milhões de metros cúbicos por dia da Bolívia. Além disso, a Bolívia aumentou a produção e está sobrando gás naquele país”, afirmam. Atualmente Mato Grosso consome cerca de 500 mil metros cúbicos (m²) de gás natural por mês. Desse total, cerca de 350 mil m² são destinados aos seis postos de GNV em funcionamento no Estado – três em Cuiabá, dois em Várzea Grande e um em Rondonópolis – e 150 mil à planta industrial da Sadia, em Várzea Grande.
 
Sitevip Internet