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15/08/2009 - 00:00

Auditoria mostra como dinheiro publico era mal cuidado em Curvelândia

Por Jornal Oeste

João Arruda Um relatório com 150 paginas dá a dimensão de que como alguns gestores públicos tratam das verbas e das suas aplicações. O ex-prefeito de Curvelandia, Elias Leal Mendes Filho (PP), é apontado nesse trabalho, contratado pelo próprio Executivo, de ser autor de diversos atos de improbidades administrativas, irregularidades e até desvios de verbas federais. Apenas no ano de 2008, do total de R$ 7 milhões em licitações, R$ 4 milhões foram aplicados maneira irregular, segundo o documento. O descalabro com dinheiro era tanto na cidade no tempo de Elias Leal Filho que a empresa Goloni&Goloni, apresentou documentos com timbres da Receita Federal, certidões de negativas de débitos, e a auditoria comprovou que os documentos eram falsos. O pior, a Goloni perdeu a licitação para outra empresa a Branel Materiais Eletricos que apresentou documentos legais, tendo o menor preço, ainda assim a Goloni venceu o valor da licitação a época R$ 410 mil, conforme revela a “varredura”. Outro escândalo foi a quebra do principio da legalidade. Segundo o prefeito Lair Ferreira (DEM) está configurado crime de responsabilidade do ex-prefeito Elias Leal. O relatório da auditoria aponta que Elias agiu criminosamente e de má fé com os vereadores ao manobrar um recurso milionário da ordem de R$ 926 mil, utilizando uma Lei Municipal de 2007, requentado-a para operar esse valor de quase R$ 1 milhão em 2008. De acordo com Lair Ferreira o credito suplementar foi irregular e ninguém sabe aonde foi aplicado o dinheiro, não há nenhuma justificativa contábil sobre esse montante. A naturalidade com que se desviavam verbas federais em Curvelandia, corria tão frouxo que dois servidores, um deles vice-prefeito João Bergamo, vulgo “Milico”, e outro Marcio Martinez Pereira, abriram uma conta em nome dos dois – Marcio e Milico – na agencia do Banco do Brasil em Cáceres, cadastraram como sendo da Prefeitura de Curvelandia. Eles efetuaram um criminoso esquema “on line” que todos os recursos que entravam diariamente nos cofres do município, migravam automaticamente para essa conta. Entre os dias 10 de outubro do ano passado até final de dezembro a dupla agregou um total de R$ 326 mil. O mais grave é que os dois não se preocuparam usar laranjas, abriram a conta conjunta com dados pessoais, conforme mostra o relatório da auditoria. Naquele período a prefeitura acumulava cerca de 113 cheques sem fundos, não havendo como levantar o dinheiro com os talonários, Milico e Marcio, decidiram criar esse sistema “on line” sem qualquer temor de serem descobertos. Essa situação assim como outros desvios apurados pela auditoria, segundo o prefeito atual, será encaminhada a Justiça de Mirassol d’Oeste e a Justiça Federal de Cáceres. O procurador do município, Fransergio Piovesan, aponta que essa medida de remeter as duas esferas deve-se ao fato de que foram desviados recursos federais como do Fundo Nacional da Educação Básica, o Fundeb. Lair Ferreira fez questão de destacar que quando da sua posse viu-se obrigado a “arrebentar” as portas para entrar no prédio da Prefeitura porque não ocorreu a transição de governo. Fora as portas trancafiadas, ele achou todas as contas bloqueadas. O município estava também atolado no Cadin, Siaf, Sidcon e Serasa. Atualmente, segundo Lair Ferreira, já se recuperou o credito da Prefeitura junto a fornecedores e a órgãos do Governo. Além disso, efetuou reparação de todas as estradas vicinais, pontes na área urbana e rural, e ainda vem fazendo investimentos nas áreas de turismo, esportes, educação e saúde.
 
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