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04/12/2013 - 10:14

VAI MORRER GENTE: Falta de estrutura para atender surto de Dengue será debatida na próxima semana

Por Jornal Oeste

‘Se o ‘mega surto de Dengue’, que tomou conta da cidade gerar um numero elevado de doentes graves, muita gente pode morrer em Cáceres.’ A declaração foi feita no começo desta semana pela vereador Valdeniria Dutra (PSD), ressaltando que o Pronto Atendimento Médico (PAM), não tem condições de atender nem a demanda atual. ‘Vai morrer gente’, disparou. Preocupada com a situação, a vereadora propôs e a Câmara vai realizar no próximo dia 12, a partir das 19h, uma Audiência Pública para tratar da atual situação da saúde do município, principalmente a Dengue. ‘Precisamos saber porque a situação chegou a este ponto e o que a prefeitura tem feito’, completou. Conforme dados da Vigilância Sanitária Municipal, 42,10% dos domicílios dos bairros Tancredo Neves e Jardim Solução, uns dos mais populosos do município, estão infestados do mosquito aedes aegypti, transmissor da dengue. Nível não menos diferente se verifica nos bairros Boa Esperança, com 40% de infestação e Massa Barro, com 30,03% de focos do mosquito nas residências. O quadro é considerado, extremamente grave, apontando para uma epidemia da doença no período chuvoso, que já está começando. O Ministério da Saúde considera estado de alerta quando os imóveis pesquisados apresentam índice entre 1% e 3,9% e, satisfatório, quando fica abaixo de 1%. A situação de Cáceres é apontada como a pior do Estado, conforme dados do Ministério da Saúde. A média de infestação dos 45 bairros pesquisados é de 8%. “Alguns bairros estão absurdamente infestados” ressalta o coordenador da Vigilância Sanitária, Josué Valdemir de Alcântara, revelando que “esses registros são históricos para Cáceres, pois há muito tempo não se observava índices de infestação tão elevados e até mesmo fora do controle” diz informando que a coleta foi realizada entre os meses de outubro e novembro, através do Levantamento Rápido de Índice para Aedes aegypti. Além da falta de cuidado com o lixo, que facilita a proliferação do mosquito, em Cáceres o alto índice de infestação é atribuído a outros fatores, como por exemplo, a banalidade da doença pela população e a falta d’água em alguns bairros da cidade. “Não é só mais o lixo o grande vilão da história. A população banalizou a dengue. E, além disso, muitas pessoas, para suprir a falta d’água agora possuem reservatórios a céu aberto que se transformam em verdadeiros criadouros do mosquito da dengue” diz Alcântara, acrescentando que, também faltou estrutura para um trabalho de prevenção mais efetivo. “Neste ano, o poder público passou por dificuldades para uma ação mais efetiva de combate a doença. Faltou de material, logística, insumos e até recursos humanos. Por causa da greve, os agentes de saúde ficaram dois meses sem trabalhar” enfatizou. De acordo com estatísticas da Vigilância Sanitária, de 1 de janeiro a primeira quinzena de novembro, foram notificados 830 casos, dos quais 553 foram confirmados. 553 casos foram de dengue clássico e 2 com complicações, o que resultou em um óbito. (Com Sinézio Alcântara)
 
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