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28/11/2013 - 09:11

Secretário diz durante audiência que pais precisam dar exemplos para filhos não beberem

Por Andreza Pereira-Ascom Unemat

O Centro de Referência em Direitos Humanos (CDRH) da Universidade do Estado de Mato Grosso realizou ontem, em parceria com diversos setores do Estado e da sociedade civil, uma Audiência Pública com a temática “Violência contra a Mulher e Drogadição entre a População Jovem”. As duas questões foram escolhidos por serem consideradas cruciais no que tange à violação de direitos humanos no município de Cáceres. A atividade foi composta por duas palestras e debate com o público presente. Abrindo a reunião, foi feita uma mesa de autoridades. A professora Edna Sampaio, coordenadora do Centro, destacou que o trabalho realizado pelo CDRH não pretende se sobrepor ao papel dos órgãos públicos de proteção de direitos humanos, mas somar com ele. Ela sublinhou ainda a vocação da universidade de transformar a realidade onde está inserida. “A Unemat não está encastelada, mas tem forte ligação com o seu local.” Comentando a importância da temática dos direitos humanos, finalizou afirmando que essas prerrogativas estão intimamente ligadas a um ambiente democrático, no qual as pessoas possam se inserir na sociedade independente de seu gênero, orientação sexual, origem e classe social. A primeira a se apresentar foi a promotora de justiça Marcelli Rodrigues. Ela iniciou sua fala afirmando que a segurança pública é imprescindível para a garantia dos direitos humanos.“Estamos vivendo um momento no Brasil em que ninguém tem segurança pública, nem pobres, nem ricos. Nosso índice de homicídios está próximo ao de países em local de guerra.” Marcelli prosseguiu abordando especificamente a violência contra a mulher, relacionando o ato aos valores de uma cultura machista. “A mulher muitas vezes é vista como um ser desprovido de direitos. A maioria dos abusos cometidos contra ela é feita por familiares e dentro de sua casa.” Nestor Fidelis, secretário adjunto de justiça do Estado, abordou a questão da drogadição de jovens e crianças. “Temos uma situação bem específica em Cáceres, onde o grau de pureza da droga é muito alto.” Ele falou também das drogas lícitas, como o álcool, que também contribuem para a realização de crimes e estão associadas socialmente a sentimentos prazerosos. “O exemplo dos pais e a mudança de paradigmas culturais é essencial para que essa exaltação do álcool seja combatida.” Encaminhamentos Ao final da sessão, as entidades organizadoras da audiência apresentaram uma plataforma de propostas de preservação de direitos humanos para o município. O documento estabelece como metas a criação de um Conselho Municipal de Direitos Humanos, de um Conselho da Juventude, de um Observatório de Direitos Humanos e a reativação do Conselho Anti-drogas. O público presente pôde sugerir alterações à plataforma. Uma nova versão do texto será protocolada possivelmente na próxima semana junto à Prefeitura e à Câmara Municipal de Cáceres.
 
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