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11/11/2013 - 09:33

Preconceito é o maior inimigo da prevenção do câncer de próstata, diz Esteves

Por Do G1, em São Paulo Jornal Expressão

A Sociedade Brasileira de Urologia vai aumentar para 50 anos a idade considerada mínima para que os homens procurem um médico especialista e façam exame de câncer de próstata para um diagnóstico precoce. A idade recomendada até então pelos urologistas era de 45 anos. De acordo com as novas recomendações, homens com histórico familiar de câncer, negros ou obesos deverão fazer exames para detecção a partir dos 45 anos, e não mais 40. As informações serão divulgadas no próximo dia 16 em um congresso médico em Natal (RN) e coincidem com as atividades do “Novembro Azul”, campanha que chama a atenção para uma maior prevenção ao câncer de próstata. De acordo com o presidente da SBU, Aguinaldo Nardi, a elevação da idade mínima para exames segue padrões internacionais e é reflexo do aumento longevidade da população. O objetivo, segundo ele, é evitar que casos de câncer indolente (aquele que não chega a ser invasivo e se desenvolve de maneira lenta, sem oferecer maiores problemas) sejam diagnosticados e tratados sem necessidade. “Não quer dizer que a pessoa não deve procurar o médico. É que quanto mais cedo fizermos um diagnóstico, maiores são as chances de detectarmos cânceres que não são necessários o tratamento”, explicou o especialista. Segundo ele, ao menos 20% dos casos da doença são considerados indolentes. Houve também revisão da idade homens do grupo de risco, aqueles com histórico familiar de câncer, negros e obesos. Agora, eles devem procurar um especialista para exames a partir dos 45 anos, não mais aos 40. “O câncer de próstata tem característica genética. Quem teve pai, avô, tio ou irmão com a doença, tem oito vezes mais chances de ter este tipo de câncer. Pessoas obesas desenvolvem a forma mais agressiva da doença, enquanto que pacientes negros têm maior incidência de ter este câncer do que pessoas com a pele branca ou amarela”, explicou o médico. Em Cáceres Também inserido na campanha “Novembro Azul”, em Cáceres, o médico urologista José Esteves de Souza Júnior, estará ministrando palestras sobre a importância do exame preventivo da próstata. A exemplo dos demais municípios do país, a situação em Cáceres, de acordo com o médico, também é preocupante, o que justifica a importância da conscientização sobre a doença. Esteves diz que, em média são realizados, cerca de 150 exames de próstata, mensalmente, no município. “Em minha clínica são realizados, em média, 5 exames diários. Sem contar os realizados pela rede pública, o que totaliza de 150 a 200 exames mensais” ” assinala lembrando que, o câncer de próstata é um câncer comum nos homens. E, que após os 50 anos, representa mais de 40% de todos os cânceres masculino. Além disso, acrescenta, estima-se que entre 3 e 5% morrerão de câncer de próstata. Dr. Esteves explica que, a doença pode ser detectada através de um exame de sangue, chamado PSA (proteína que é liberada em altos níveis pela próstata quando há câncer, inflamação e infecção), combinado ao exame de toque retal. De acordo com Esteves, a maior preocupação para o tratamento da doença ainda é o preconceito. Diz que uma pesquisa comprova que metade dos homens brasileiros nunca passou por urologista por preconceito. "É uma doença que mata mais que o câncer de mama e o número de casos vem aumentando", alerta. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que o Brasil pode ter este ano 60.180 novos casos de câncer de próstata. Até 2011, foram registrados 13.129 óbitos pela doença no país. A quantidade de novos casos é maior que a estimativa para novas ocorrências de câncer de mama. Segundo o Inca, podem surgir 52.680 novos casos de tumores na mama em 2013, sendo que apenas 1% deles atingiria os homens.
 
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