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06/08/2009 - 00:00

Advogados de Cáceres dizem que foram traídos; Faiad recua e diz que não fará mais pedido de remoção

Por Jornal Oeste

Sinézio Alcântara Jornal Expressão Advogados que defendem a permanência do juiz Alex Nunes de Figueiredo, na comarca em Cáceres, dizem que foram traídos pelo presidente da seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/MT), Francisco Faiad. Eles afirmam que o resultado da reunião realizada no último final de semana, com fim apaziguador, foi pelo arquivamento do pedido de remoção do juiz, enquanto que o presidente da OAB informou à imprensa o contrário: de que a maioria teria decidido pela manutenção do pedido. O grupo ainda acusa Faiad de aproveitar o momento para “fazer campanha para seu sucessor e vingar-se do juiz”. Em resposta o presidente da OAB diz que não irá mais pedir remoção de ninguém. “Todos os advogados presentes foram contrários ao pedido, exceto três: dois envolvidos diretamente no confronto e um que elaborou o hábeas corpus que liberou as advogadas presas. Fomos traídos por nossos próprios representantes”, assinalam em uma nota enviada a redação do jornal. O desentendimento foi gerado após o juiz decretar a prisão das profissionais Lucy Rosa Silva e Kattleen Karitas Oliveira Barbosa, acusadas de envolvimento com traficantes. Lucy e Kattleen foram presas pela Polícia Federal, no dia 10 de julho, durante a Operação Volver. Dois dias depois foram colocadas em liberdade, através de hábeas corpus impetrado pela OAB e acatado pelo Tribunal de Justiça. Acusada de intimidar testemunhas, Lucy voltou a ser presa, porém, logo colocada em libertada. Os advogados se revoltaram porque, o presidente da OAB Francisco Faiad, solicitou a remoção do juiz sem consultar a classe em Cáceres. Ao classificar de “manipulação grotesca” e “manobra” os advogados Cláudio Palma Dias, Helizângela Pouzo, Clóvis Martins Soares, Maria Alice Campos e Fábio de Sá, questionam, inclusive, a suposta votação aprovada pela maioria que decidiu pela manutenção do pedido de remoção do juiz. Em oficio encaminhado a seccional da OAB/MT eles requerem a lista de presença e o resultado da votação, com o número de votantes, por escrito e devidamente assinada. “Em momento algum houve votação. Mais sim uma manobra. Enquanto a reunião se esvaziou por causa de outro compromisso Faiad decidiu, junto com os interessados e anunciou um resultado que não retratou a verdade”, afirmam. Na nota o grupo ainda indaga – já que o presidente da OAB demonstra tanta preocupação com a comunidade de Cáceres - qual a posição adotada pela instituição para defender Várzea Grande, sobre o suposto envolvimento de um juiz da comarca na venda de sentença. “Já que ele demonstra tanto interesse por Cáceres seria necessário que ele também se pronunciasse sobre que medida a OAB tomou em relação ao caso de Várzea Grande, onde conforme se comenta, há envolvimento de um juiz na venda de sentença”, sugerem. Os advogados reafirmam que “se por ventura o juiz cometeu ou cometer ilícitos, assim como qualquer outra autoridade, ele deve ser investigado aqui nesta comarca, após o exercício da ampla defesa, não podendo simplesmente, transferir o problema”. Outro lado Por outro lado, o presidente da OAB se defende. Em ofício encaminhado aos líderes do grupo, Francisco Faiad diz que “em momento algum a matéria divulgada fala que manteremos o pedido de transferência do Dr. Alex. Falamos sim que competirá a Corregedoria de Justiça decidir se instaurará ou não procedimento, até porque a OAB não tem força suficiente para manter ou transferir juiz”. Diz ainda que o pedido de transferência foi suspenso por um oficio posterior e que todas as manifestações foram no sentido de que as prerrogativas dos advogados devem ser respeitadas e os atos contrários a elas, seja por quem for merecerá repúdio e reação da OAB. O presidente diz que está aberto a críticas e sugestões. “Se algo tiver que ser retificado, retificarei. Não gostaria que companheiros e colegas de há muitos anos pensassem que estou agindo com meu fígado, o que não é verdade, até porque não conheço o juiz, nunca tive problemas com ele e jamais compartilhei com o mesmo um processo ou audiência”. Concluindo ele afirma que já comunicou a corregedoria de Justiça que não irá mais pedir a remoção de ninguém.
 
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