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05/08/2009 - 00:00

Comerciantes denunciam estado de abandono do Mercado do Agricultor

Por Jornal Oeste

Sinézio Alcântara Jornal Expressão Sem energia; goteiras no telhado; sujeira, câmara fria destruída; sanitários danificados e 90% dos boxes destinados aos pequenos produtores vazios. Esse é o retrato do Mercado do Agricultor Familiar. Os poucos comerciantes que ainda permanecem no local denunciam o total estado de abandono a que foi submetido o estabelecimento. Dos 74 boxes disponíveis, apenas 15 estão ocupados. As dificuldades apresentadas e a falta de incentivos afastam os comerciantes e consumidores do local. “Aqui está tudo abandonado. Não temos energia durante o dia e quando chove molha mais dentro do que fora do mercado por causa das goteiras”, reclama a vendedora de salgado Gilda liveira. “Esqueceram de nós. São só 3 bicos de luz para todo mercado; os banheiros estão entupidos e a limpeza é feita de ano em ano”, acrescenta José Joaquim Souza, o “Zé Pernambuco”, da barraca de carne. Revoltado com a situação, Pernambuco acaba denunciando os próprios companheiros: “alguns fazem gambiarra para não perder mercadoria, por falta de energia”. Apesar de se localizar nos fundos da Secretaria de Agricultura, os comerciantes afirmam que o secretário compareceu ao local, uma única vez. “O secretário compareceu aqui no mês de março para fazer uma reunião para acabar com os cachorros. Na época ele disse que faria a limpeza do mercado de dois em dois meses, mas ficou só na conversa. Determinou a limpeza uma vez só”, lembra Lucilene Araújo Costa, também vendedora de salgado. Evangélico, vendedor de legumes, Benedito Leite de Souza, reclama que, no período chuvoso, os carros têm dificuldade de estacionar, próximo ao mercado por causa do alagamento. “Isso aqui é uma vergonha. Além dos problemas internos o lado de fora se transforma em uma lagoa no período de chuva. Não jogam um caminhão de cascalho se quer”, diz acrescentando que “o bairro tem o vereador cabo Nilson, mas até agora ele, nunca fez nada pelo mercado”. “Eu tenho energia porque tenho padrão próprio. Os que não tem se viram como podem”, explica Alessandra Vieira do Carmo, vendedora de verdura. Ela observa que “a noite é um breu e muito complicado para trabalhar”. Também vendedora de verdura, Márcia de Souza, diz que a manutenção do mercado não é da prefeitura, mas sim do governo do Estado. O outro lado Secretário municipal de Agricultura, Elias Frederico Alves, diz que determinou a suspensão de energia elétrica, no mercado, durante o dia por questões de economia. Ele afirma que no mês de maio a conta de energia elétrica do mercado foi de R$ 7 mil. “Foi a maneira que encontramos para economizar. A conta de energia estava vindo muito alta”, explicou. Em relação ao telhado, o secretário diz que a secretaria de Agricultura não dispõe de orçamento para consertá-lo. “Serão necessárias 15 telhas novas. O preço de cada uma é R$ 250,00. A secretaria não dispõe desse recurso”. Garantiu que já está providenciando o encascalhamento das laterais do mercado para evitar os alagamentos no período de chuva. “O aterro nas laterais já está previsto. Vamos fazer o serviço de drenagem e em seguida o encascalhamento”. Explicou que “cada barraqueiro tem a chave do banheiro. Se está entupido ou quebrado a responsabilidade é de cada um”. A recuperação da câmara fria, uma reivindicação dos comerciantes, é inviável, de acordo com o secretário porque, segundo ele, serão necessários mais de R$ 40 mil para recuperá-la. O vereador cabo Nilson, também citado pelos comerciantes, disse que trabalha de acordo com a possibilidade. “Eu estou vereador há menos de um ano. Não esqueci de ninguém. Já realizei parcerias com diversos bairros para ampliação de rede de água. Mas, para o pessoal do mercado, nunca prometi nada. Mesmo assim vou atendê-los no momento certo”. O mercado do agricultor está em funcionamento há 15 anos. Começou a funcionar em 1994, na administração do prefeito Aloísio de Barros, com objetivo de garantir espaço para que o pequeno produtor vendesse o seu produto sem a intervenção do atravessador. A idéia era proporcionar ao consumidor, produtos diretos do campo com preços mais acessíveis. Com o passar do tempo, o objetivo e a proposta fim do mercado foram totalmente descaracterizados.
 
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