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04/08/2009 - 00:00

Tecnomapas teria envolvimento em fraudes no Maranhão

Por Jornal Oeste

RDNEWS A empresa cuiabana Tecnomapas, responsável pelo sistema de gestão florestal da Sema-MT, pode estar envolvida num esquema de crimes ambientais descoberto pela Polícia Civil do Maranhão. É que as fraudes no órgão ambiental daquele Estado (Sema-MA), que podem chegar a R$ 100 milhões, eram feitas por meio do programa de Cadastro de Exploradores e Consumidores de Produtos Florestais (Ceprof/Sisflora), implantado pela Tecnomapas. O mesmo sistema é usado pela Sema-MT, sendo que o funcionário da empresa responsável pela sua implantação no órgão mato-grossense foi preso há menos de três anos na Operação Angico. Investigações recentes da Polícia Civil do Maranhão revelaram que as fraudes ocorreram na gestão do ex-secretário de Meio Ambiente do Maranhão, Othelino Nona Alves Neto, e do ex-superintendente de Gestão Florestal do órgão, Charles Wagner Rodrigues Silva. Em depoimento à polícia, a testemunha Clésio Silva Macedo, consultor de projetos ambientais, informou que o programa Ciprof/Cisflora foi implantado na Sema-MA pela Tecnomapas. O funcionário da empresa, identificado por Alexandre Gayia, é o responsável pelo sistema no Maranhão, afirma o depoente. Investigações revelam que as fraudes ocorreram na gestão do ex-secretário da Sema-MA, Othelino Neto Num dos trechos, a testemunha revela que o ex-superintendente Charles pediu a Alexandre, numa determinada ocasião, que retornasse a São Luiz (MA) para deletar as informações do sistema relacionadas às fraudes, dentre elas informações sobre créditos virtuais. Isto porque madeireiras e carvoarias só têm autorização para desmatar mediante apresentação de planos de manejo aos órgãos ambientais, em que se comprometem a fazer o reflorestamento. Também podem optar por comprar os créditos florestais de outras empresas, que cultivam áreas e vendem os créditos àquelas que desmatam. Todos estes dados, tanto no Maranhão como em Mato Grosso, ficam armazenados no Cadastro de Exploradores e Consumidores de Produtos Florestais. O depoente não soube precisar a data em que Gayia esteve em São Luiz, mas garantiu que o episódio ocorreu entre dezembro de 2008 e janeiro de 2009. Segundo o consultor, as fraudes eram facilitadas pelo fato de um único servidor ter acesso a todos os dados do programa, tanto das empresas que desmatavam quanto das que plantavam e revendiam crédito florestal. “Quando o sistema começou a operar, o mesmo servidor fazia o cadastro (lançamento do crédito florestal e registros de empreendimentos no sistema), a conferência e a aprovação, concentrando todas as fases do processo numa só pessoa”, disse Clésio.
 
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