Jornal Oeste

Aeroporto em péssimas condições – com infiltrações nas paredes, rachaduras no teto e sem instrumento para operacionalização noturna-, ruas esburacadas e sem sinalização de trânsito, tanto em inglês quanto em espanhol; poucas ou quase nenhuma ação para qualificar trabalhadores de hotéis e pousadas, para recepcionar visitantes e turistas. Esse é o retrato de Cáceres, há menos de um ano da realização da Copa do Mundo de 2014, que terá Cuiabá, como uma das sub-sedes do evento. “O aeroporto será reformado pelo governo federal através do Plano Nacional de Integração Regional. Já foi, inclusive, assinado um convênio entre Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e o Banco do Brasil para elaboração de um projeto de reforma” afirma o prefeito Francis Maris Cruz (PMDB) enfatizando que só não sabe quanto ele será executado. Em relação ao setor de trânsito, explicou que também depende do governo federal. “A administração também já elaborou projeto para esse setor. Mas, não adianta apenas dispor de projetos se lá em Brasília a Dilma (presidente) não liberar recursos para execução”. Se por um lado o poder público patina a espera de recursos estadual ou federal para colocar em prática ações que possam melhorar a estrutura da cidade, por outro a iniciativa privada não é diferente. Presidente da Associação Ambientalística, Turística e Empresarial de Cáceres (ASATEC), Cleris Tubino, admite que “estamos um pouco atrasados”. “Realmente estamos um pouco atrasados. Mas, a ideia é fazer um convênio com o setor de turismo da prefeitura e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) para que nossos trabalhadores possam realizar cursos de línguas estrangeiras para prestar um atendimento de qualidade aos turistas” afirmou assinalando que, a proposta será ampliada com outros cursos sobre a cultura e a pesca esportiva. “Não será apenas treiná-los falar inglês ou espanhol, mas também prepará-los para que possam transmitir conhecimento aos visitantes sobre a nossa rica cultura, bem como a pesca esportiva e a preservação ambiental. Cáceres é considerada o portal do pantanal”, explica Tubino lembrando que os primeiros contatos já foram feitos tanto com a direção da Secretaria Municipal de Turismo (Sematur) quanto com o SEBRAE. No município, existem, pelo menos, 14 barcos hotéis, que proporcionam direta e indiretamente cerca de 300 empregos. Presidente da Associação de Hotéis e Pousadas de Cáceres (AHPOC), empresário Tarcisio Paulino, segue o mesmo raciocínio. Diz que, a associação está dependendo de apoio e recursos públicos, principalmente, estadual. “Já nos reunimos com a secretária de Estado de Turismo, Teté Bezerra, para elaborarmos um plano conjunto dessas ações” diz acrescentando que, além do Estado, a AHPOC estará firmando parceria com o SEBRAE para realização de cursos de inglês e espanhol para trabalhadores dos hotéis e pousadas. “Estamos preparando para que, pelo menos, um funcionário de cada hotel e pousada esteja qualificado para atender os clientes, em inglês e espanhol até a Copa do Mundo” assegura lembrando que, em alguns hotéis, como o Porto Belo e o Aki, já existem funcionários bilíngues que prestam atendimentos a clientes estrangeiros. Além de preparar os funcionários, conforme Tarcisio, a maioria dos hotéis da cidade está ampliando e modernizando as instalações. Em Cáceres, de acordo com o presidente da associação, existem 21 hotéis e 15 pousadas, instaladas nas margens ao longo do rio Paraguai. Porém, dos hotéis, apenas 6 dispõe de estrutura “avançada”, enquanto que, das pousadas somente, 5 são consideradas de qualidade.