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21/06/2013 - 11:16

Abandonado pelos amigos e longe dos rodeios, locutor Asa Branca luta para sobreviver

Por Paola Correa, do R7

O locutor Asa Branca foi um dos nomes mais importantes para a divulgação dos rodeios no Brasil. A voz das arenas, o Capitão, como é chamado pelos amigos e fãs, vive um drama. Aos 51 anos, Waldemar Ruy dos Santos se recupera de uma doença grave, chamada popularmente de “doença do pombo”. A neurocriptococose, que é provocada por fungos nas fezes dessas aves, resultou em complicações no cérebro. Ruy e a mulher, Sandra Santos, vivem este drama desde 10 de fevereiro, quando ele foi internado pela primeira vez e começou a maratona de cirurgias. Ao todo foram seis. Em entrevista ao R7, Sandra conta que cinco meses antes disso ele sentiu fortes dores de cabeça, começou a perder a coordenação motora e estava se sentindo mal. — Não é segredo que o Ruy é soro positivo, assim como não escondemos que ele foi usuário de drogas. Quando ele se queixava à médica, ela dizia que era por abstinência e se negava a fazer os exames. Foi quando resolvemos vir para São Paulo. Após quinze dias hospedados em hotel a procura de um lugar para morar definitivamente na capital paulistana, Ruy teve dois desmaios e foi levado ao Hospital Emílio Ribas. O cérebro estava inchado e cheio de líquido e o médico afirmou a Sandra que se ele não tivesse dado entrada naquele momento, teria sido fatal. — Sabemos que não é só a doença, mas tudo prejudicou. A droga prejudicou e o vírus [HIV] também. Na última segunda-feira (17), o locutor voltou a ser internado no Hospital Emílio Ribas, em São Paulo, e preocupa a mulher. — Ele não consegue engolir nada e se alimenta por sonda. Para ouvi-lo preciso chegar bem pertinho, pois ele não está conseguindo falar. Amigos do rodeio sumiram Além do problema de saúde, o locutor passa por dificuldades com dinheiro. A mulher de Asa, Sandra Maria dos Santos, com quem ele está casado há cinco anos, chegou até a ir à TV para pedir ajuda financeira. Opinião: Você é a favor dos rodeios? Vote! Sandra conta que não consegue trabalhar, pois precisa ficar o tempo todo com Ruy e precisa pagar fisioterapia, aluguel e uma auxiliar nos cuidados com o locutor. Perguntada sobre a ajuda dos amigos, Sandra diz que eles sumiram. — Amigos? Ele não tem amigos. Os amigos do rodeio sumiram. Eles ligam contam uma historinha, dizem que vão ajudar, mas somem. Não ajudam em nada. Os amigos dele de fora do rodeio é que estão me ajudando. Fome nós não passamos ainda. Thamires Rodrigues, amiga da família, diz que para tentar arrecadar grana, Sandra mandou fazer camisetas e vai vender os tais CDs. — O valor da gráfica fica cerca de R$ 3.500, mas a Sandra não tem esse dinheiro. Estamos tentando entrar em contato com pessoas de rodeio e fãs para tentar ajudar. Asa Branca Asa Branca foi responsável por trazer o microfone para dentro da arena, mas ele começou mesmo como peão, em 1984. Ele montava em touros, mas por causa de um acidente com o chifre de um boi acabou virando locutor. Depois de sair em busca de uma especialização nos Estados unidos, voltou com um microfone sem fio e introduziu a novidade da locução dentro da arena da Festa de Peão de Barretos em 1986. O locutor fez das locuções um verdadeiro show. Ele entrou na arena em Barretos de helicóptero surpreendendo o público, o que virou sua marca registrada. Bem mais magro, Asa Branca tem dificuldades para falar e tem tremor em uma das mãos, mas segue firme na luta pela vida.
 
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