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21/07/2009 - 00:00

Delegado e escrivão de Cáceres são citados na Operação volver

Por Jornal Oeste

KEITY ROMA Da Reportagem Dois servidores da Polícia Civil estão sendo investigados e serão intimados pela Polícia Federal (PF) para prestar esclarecimentos sobre indícios de envolvimento com as advogadas presas durante a Operação Volver, que desarticulou uma quadrilha de tráfico interestadual de drogas. Ambos, um delegado e um escrivão, são citados em conversas telefônicas interceptadas dos supostos integrantes do bando. A Delegacia de Polícia Federal de Cáceres tem o prazo de 30 dias para concluir o inquérito. Um dos citados nos diálogos é o delegado Joacir Batista dos Reis, que atuou na Delegacia de Cáceres entre fevereiro de 2003 e o início de 2009. Agora ele é o titular da unidade municipal de Sinop. O nome de Joacir surge em uma conversa entre a advogada Lucy Rosa da Silva e o escrivão de polícia Denílson Braz de Souza. Um telefonema do dia 30 de dezembro de 2008 entre Lucy e Braz revelou que a advogada lhe entregaria um “presente”. A advogada fala sobre o período em que o delegado responsável pela unidade ficará de recesso e reforça a necessidade do titular resolver a liberação de uma caminhonete antes da folga. No trecho de outra interceptação telefônica, esta entre Lucy e um interlocutor chamado “Igor”, ela fala que consegue tudo com os agentes públicos. “Ó cara, pra mim, eu não tenho o que reclamar nem dele (Braz), nem de doutor Joacir. Tudo o que eu peço dele, pode até demorar, tá entendendo? Mas eu consigo, porque eu sou muito legal com eles também”, falou a advogado durante o diálogo. Apesar de não haver telefonemas entre a advogada e o delegado, a Polícia Civil afirmou que levantaria informações sobre o inquérito com a Polícia Federal para analisar a necessidade de instauração de um procedimento administrativo para apurar possíveis irregularidades. Já a ligação com o escrivão é mais clara. Um trecho de uma conversa entre a advogada e Braz mostra que ele indicava clientes em potencial para ela, quando davam entrada na delegacia, e retardava procedimentos de rotina para colaborar com Lucy. A advogada tinha acesso ao Infoseg, sistema de dados da Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) de acesso restrito a investigadores e delegados. A advogada foi presa pela segunda vez na quinta-feira passada, mas por força de um habeas corpus do desembargador Teomar Correa, obteve liberdade ontem à noite. O magistrado reforçou, na decisão, a ausência de indícios de prática de crimes que motivasse a segunda prisão. O delegado Joacir disse, ao telefone, que só manteve com as advogadas citadas na denúncia relações estritamente profissionais.
 
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