19/07/2009 - 00:00
Vila Bela mantém tradição com Festa do Congo
Por Jornal Oeste
ASSESSORIA SEC/DIVULGAÇÃO
Assessoria SEC/MT
Memória e tradição estão presentes no município de Vila Bela da Santíssima Trindade.
Durante cinco dias, a cidade realiza os festejos do Congo, atraindo a atenção do grande público para a beleza dessa manifestação cultural.
A festa se encerra na próxima segunda-feira (20/07) mas até lá apresenta um roteiro emocionante.
Confira o trajeto da Festa
Domingo (19) – Quarto dia da Festança do Congo
Acompanhada pelos festeiros da Irmandade e a comunidade, começa na casa da Imperatriz a ladainha e reza cantada.
Também neste dia tem Noite Cultural com apresentações de grupos de dança, declamação de poesias e um show com banda na Praça da Igreja.
Segunda-feira (20) – Quinto dia da Festança do Congo
É neste dia que tem a “Dança do Congo”. O dia inicia com uma missa em louvor ao Divino Espírito Santo, na Igreja Matriz, em seguira é o almoço com toda a comunidade e participantes no Centro Comunitário.
À noite o jantar é oferecido pela Imperatriz.
A “Dança do Congo”
Em Vila Bela da Santíssima Trindade, primeira capital de Mato Grosso, a Dança do Congo representa a resistência dos negros que continuaram na região após a transferência da capital do Estado para Cuiabá, em 1835.
Faz parte da Festa de São Benedito que ocorre sempre no mês de julho, em uma segunda-feira, quando comemoram o dia do santo negro.
A Dança do Congo é a dramatização de uma luta simbólica travada entre dois reinados africanos.
O Embaixador de um outro reino pede ao Rei do Congo a mão de sua filha em casamento, o Rei rejeita o pedido então o Embaixador declara guerra ao Rei do Congo.
O motivo da negativa teria sido que o Rei do Congo desconfiava que o Embaixador queria fazer uma traição ao reinado, após o casamento ele tomaria o poder possivelmente matando o Rei, o Secretário e o Príncipe, ficando com a coroa.
Em uma outra versão o Embaixador é o mensageiro do Rei de Bamba, que manda pedir a mão da Princesa em casamento.
Os personagens do reinado do Congo são o Rei, o Príncipe e o Secretário de Guerra; do reino adversário aparecem o Embaixador e soldados.
A nobreza usa mantos, coroas e bastões coloridos e ornamentados com flores como instrumentos, o Príncipe e o Secretário de Guerra vestem também um saiote com armação de arame e um peitoral em forma de coração como escudo.
Os soldados usam espadas, capacetes com pena de ema, flores e fitas, e o cantil que contém uma bebida chamada “Kanjinjim”, feita a base de cachaça, gengibre, canela, cravo e mel que serve para estimular os dançantes.
As flores na indumentária servem para reverenciar São Benedito, como os personagens não podem ficar próximos ao oratório do santo durante a dança, onde colocariam suas flores para promessa, eles arrumam um lugar no capacete, e as fitas representam o próprio oratório.
A movimentação da Dança do Congo é a caracterização da marcha dos soldados, o pulso vertical dos corpos, os movimentos dos braços com as espadas e o ritmo dos pés, dançando ou caminhando, remetem à marcha.
A dança ocorre pela cidade toda, onde os participantes cantam e marcham ao som do ganzá, bumbo e cavaquinho que são tocados pelos músicos-soldados.
Os dançantes tem por função também proteger os festeiros que são o Rei, a Rainha, o Juiz e a Juíza que carregam objetos sagrados, e ainda as promesseiras que acompanham o cortejo levando flores em homenagem a São Benedito.