Jornal Oeste

JOANICE DE DEUS Da Reportagem Hoje tem campanha de prevenção ao glaucoma no Hospital Universitário Júlio Müller, em Cuiabá. O público alvo são as pessoas com idade acima de 40 anos, especialmente aquelas consideradas do grupo de risco, como as que têm registros de casos na família, da raça negra ou com miopia. A iniciativa é coordenada pelo presidente da Associação Mato-grossense de Oftalmologia (AMO), Fabiano Saulo Rocha Júnior. “O objetivo é orientar a população sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce da doença que pode levar à cegueira gradual e irreversível”, disse. Conforme Fabiano Saulo, 30 médicos voluntários estarão à disposição para esclarecer dúvidas e medir a pressão intra-ocular. “No ano passado, atendemos 550 pessoas e a expectativa é aumentar esse número”, frisou. Conforme Fabiano Júnior, o glaucoma se caracteriza pelo aumento da pressão interna dos olhos e, quando não diagnosticada e tratada, o nervo óptico pode ter danos definitivos. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que no mundo 70 milhões de pessoas sejam portadoras da doença. No Brasil, são um milhão, e a chance de um paciente adquirir a cegueira é de 20% no período de 20 anos. Médico do Centro de Especialidades de Várzea Grande (Postão) e do Pronto-socorro de Cuiabá (PMSC), Fabiano Júnior observa que no dia-a-dia tem constatado várias pessoas com a doença. “Daí a nossa preocupação em alertar sobre a importância do exame periódico e sobre o uso do colírio”, disse. O colírio controla a pressão ocular. Quando isso não é possível, é necessário fazer cirurgia. Conforme Fabiano Júnior, existem vários tipos de glaucoma. O foco da campanha é o “crônico de ângulo aberto”, que representa cerca de 80% dos casos e incide, principalmente, nas pessoas acima de 40 anos, pacientes negros e com miopia. A doença é assintomática no início. Sem tratamento, o paciente pode ficar cego. Esta é uma das grandes preocupações da dona-de-casa Edinalva dos Santos, 61 anos, e da ambulante Alvacinda França, 43 anos, que ontem procuraram o HUJM para obter mais informações sobre a campanha. “Já tive a doença detectada e sofro muito com dor nos olhos”, comentou Edinalva. Já Alvacinda conta que é seu filho de 25 anos quem tem o glaucoma há pelo menos 10 anos. “Ele já foi ao médico e usa colírio. Os olhos dele costumam ficar vermelhos e ele reclama muito de queimação na vista”, disse. As duas prometem voltar hoje ao HUJM. O atendimento é gratuito e acontece das 8h às 12 horas.