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17/07/2009 - 00:00

Conselheiro do Peru enumera pelo menos 4 setores com potencial de exportação de MT

Por Jornal Oeste

Jonas da Silva O conselheiro econômico e comercial do Consulado Geral do Peru em São Paulo, Antonio Castillo, enumerou produtos potenciais que o país necessita e que pode ser exportado por empresas ou empreendedores mato-grossenses, durante sua exposição no Seminário Mercado e Negócios Internacionais – Oportunidades para pequenas empresas. O evento de capacitação sobre a integração de Mato Grosso, Bolívia e Peru aconteceu nesta quinta-feira (16.07) em Cáceres, com presença de empresários mato-grossenses, peruanos e bolivianos para troca de experiências sobre viabilidade de comércio bilateral. O conselheiro informou pelo menos quatro setores que teriam possibilidade de comercialização com o país: alimentício (como mel, leite de soja e todo complexo); confecções (moda praia, jovem e casual); móveis (aglomerado, tipo escritório, escolar, residencial, estofados); e cosmético. Mas o conselheiro disse que os empresários de Mato Grosso devem ter os cuidados de ter um plano especial de exportação que contemple conhecimento do mercado, gestão e desenvolvimento do produto para se lançarem ao comércio não só com o país, como todo o mundo. Nos últimos anos, a Secretaria de Indústria, Comércio, Minas e Energia (Sicme) e o Sebrae-MT têm desenvolvido projetos para melhorar a gestão e capacitar os setores potenciais apontados por Castillo. Ambas instituições, com apoio da Associação Comercial e Empresarial de Cáceres (Acec) e Secretaria de Indústria e Comércio de Cáceres, promoveram o seminário. “Precisa ter marca, consórcio, análise de mercado. Vocês têm mel, precisa somar a força do Pantanal e exportar natureza”, citou Castillo a característica de produção do mel na região Oeste de Mato Grosso. “Peru, Equador, Colômbia e Venezuela são países que não têm clima para soja. Importamos soja dos Estados Unidos e Argentina”, descreve. “Vocês têm café orgânico, nós nos interessamos, soube que tem trabalho do Sebrae. Têm bebida gasosa e refrigerante. Se vocês têm bebida como guaraná, um energético, nós queremos”, discorreu sobre produtos com potencial exportador de Mato Grosso para o Peru durante sua exposição no seminário. “Polpa de abacaxi tem mercado“, citou outro caso. A diretora do Sebrae-MT, Eneida de Oliveira citou o seminário como evento para multiplicar conhecimento sobre comércio exterior e para trazer informações ao público sobre comércio exterior. “Quantas vantagens teremos se integrarmos nossos roteiros turísticos, se prepararmos nossas empresas para o comércio exterior, se superarmos os desafios logísticos e aduaneiros”, lançou o desafio aos cerca de 180 pessoas no Cine Xin, em Cáceres. Na lista do conselheiro do Peru, ele apontou ainda oportunidade de negócios para empresas mato-grossenses exportar na área de pescados e carnes específicas. “Soube que aqui vocês têm carne de jacaré, com selo para exportação. É um produto muito interessante, tem mercado. Quero conhecer essa pessoa, porque tem oportunidade no Peru, Chile e Estados Unidos”, relatou aos participantes do evento sobre a Cooperativa de Criadores de Jacaré do Pantanal (Coocrijapan), de Cáceres. “Aqui há peixe de rio que tem mercado na Alemanha, em feira de Bremen”, acrescentou. Pesquisa e ações de integração Além de majoritariamente aprovar a integração econômica, “60% dos latino-americanos responderam que estão dispostos a fazer concessões para permitir o avanço na integração”. O dado foi apresentado no seminário pela líder de Acesso a Mercados do Sebrae-MT, Marta Torezam. Ela mostrou detalhes da pesquisa “América Latina olha o mundo. A economia e a política das relações internacionais”, da Corporação Latinobarômetro, do Chile, que foi divulgado no mês passado após ouvir 20 mil pessoas de 18 países sul-americanos em 2008. Marta reproduziu avaliação do estudo, segundo o qual, a América Latina é a região mais desconfiada do mundo. “Enquanto não houver políticas de aproximação dos povos, além de seus governantes, dificilmente aumentará a confiança entre os povos e com isso as possibilidades de integração regional”, relata o documento. Ela sintetizou uma barreira ideológica que impede maior integração. “Dois fatores nos afastam dos países vizinhos: a falta de informação e preconceito. Não sei e não gosto”. A líder do Sebrae-MT também apresentou as ações do Sebrae-MT e parceiros, como o o Programa de Internacionalização das Micro e Pequenas Empresas, parceria da instituição com o governo federal, com meta de se aumentar até o ano que vem em 10% as MPEs exportadoras, com base nas 11.792 de 2006. Marta ainda apresentou o Projeto Mercado de Fronteira para fortalecer parcerias comerciais entre os Estados de Mato Grosso, Rondônia e Acre com a Bolívia e o Peru. O projeto é fundamentado na integração com os eixos de estudos e prospecção de mercado; consultoria; promoção comercial; cooperação técnica e institucional. O Mercado de Fronteira é apoiado pelo governo do Estado de Mato Grosso, via Secretaria de Indústria, Comércio, Minas e Energia (Sicme) e Centro de Excelência em Comércio Exterior (Cecomex); federações produtivas dos principais setores econômicos (Fecomércio, Facmat, Fiemt, Famato); Banco do Brasil, Banco da Amazônia; e Porto Seco Cuiabá.
 
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