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17/07/2009 - 00:00

Advogada cacerense é presa novamente

Por Jornal Oeste

KEITY ROMA Da Reportagem A Polícia Federal prendeu novamente a advogada Lucy Rosa da Silva ontem, por determinação do juiz da 3ª Vara Criminal de Cáceres, Alex Nunes. Ela havia sido presa durante a Operação Volver – para combate ao narcotráfico -, no dia 10, e liberada por uma liminar do Tribunal de Justiça. O delegado federal Dennis Máximino teria pedido novamente a prisão de Lucy pelo surgimento de novos fatos após a soltura dela. Ela é suspeita de tráfico de influência, falsificação de documentos e corrupção ativa. Após a liberação, Lucy entrou em contato com o agente prisional Ronaldo Dias Moreira avisando sobre sua prisão e que ele logo seria chamado para depor. Depois, a advogada falou com Igor Dan, que teria intermediado o pagamento de propina ao escrivão Denílson Braz de Souza, atrapalhando as investigações em curso. A investigada telefonou ainda para um delegado avisando que a Polícia Federal apreendeu documentos dele na casa dela. Enquanto esteve na prisão, Lucy telefonou para possíveis testemunhas alertando-as sobre sua versão dos fatos apresentada às autoridades policiais. As conversas teriam tons de ameaça e intimidação. A advogada é acusada de manter relações com policiais e servidores públicos para corrompê-los em favor de criminosos. Ela saberia até mesmo dos planos de tentativa de fuga elaborados por detentos aos quais seria ligada. Em Goiás, responde por tráfico de drogas. O delegado federal entendeu que, em liberdade, Lucy estava obstruindo as investigações. O Ministério Público Estadual manifestou-se a favor do retorno à prisão. Lucy passou a tarde na Superintendência da Polícia Federal em Cuiabá e seria levada para uma unidade prisional. OAB - A prisão de Lucy e da também advogada em Cáceres Kattleen Káritas Dias causou polêmica e provocou intervenção da Ordem dos Advogados do Brasil contra a prisão preventiva delas, medida considerada exagerada para a situação. Porém, as duas não são as únicas profissionais da área citadas no relatório da Operação Volver. Apontado por realizar “tráfico de influência” junto ao Poder Judiciário para favorecer os traficantes de drogas, o ex-assessor de desembargadores e advogado José Ricardo Corbelino afirmou que nunca participou de negociações de sentença. Interceptações telefônicas da Operação Volver revelaram indícios de comércio de decisões judiciais intermediadas pela advogada Kattleen e por Corbelino. A organização criminosa era comandada, conforme a PF, por Everton Silva, de 20 anos, conhecido como “Pupunha”, que contratou Kattleen para atuar em um processo de crime de tráfico de drogas. Conversas telefônicas entre Kattleen e o réu dão a entender que a advogada ameaçou deixar sair um pedido de prisão preventiva caso ele não pagasse o valor devido a terceiros. As cobranças a Kattleen seriam feitas por Corbelino. No dia 21 de agosto de 2008, Kattleen avisa ao colega que cobrou Pupunha. “Eu falei pra ele, "bicho vai sair uma preventiva desse trêm aí”. Após a possível intimidação, Corbelino fala que precisa prestar “justificativas”. O advogado disse ao Diário que auxiliou a colega no processo e as cobranças eram relativas apenas a honorários.
 
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