Jornal Oeste

Ricardo Rodrigues Maceió-AE O ministro da Defesa Nelson Jobim disse ontem em Maceió que pelo menos metade dos recrutas das Forças Armadas Brasileiras não serão incorporados este ano, por conta da redução da verba que seu ministério terá em função da crise econômica global. Segundo o ministro, ainda não há um porcentual definido no corte do orçamento da Defesa, mas o contingenciamento deverá ficar em torno dos 30%. "O orçamento da Defesa para 2009, que seria de R$ 9,6 bilhões, deverá baixar para R$ 6,8 bilhões", afirmou Jobim. "Por conta disso, estamos reduzindo a incorporação dos nossos recrutas de 80 mil para 40 mil este ano", acrescentou o ministro, em entrevista após participar da abertura do Nordeste Invest 2009, evento que reúne empresários nacionais, internacionais e governadores da região. Em sua palestra para os empresários e três governadores do Nordeste, Jobim falou sobre o marco regulatório do sistema aéreo brasileira e defendeu a regionalização da aviação civil para resolver o problema da demora do tempo dos voos na região. Além disso, o ministro defendeu incentivos fiscais para aumentar a malha aeroviária no Nordeste, já que a maioria dos voos parte das regiões sul e sudeste do Brasil. Para o ministro da Defesa, o setor da aviação civil tem que continuar sendo controlado pelo governo, sob pena de não atender de forma satisfatória todos os passageiros. "Não se trata aqui de uma questão ideológica, mas de uma liberdade vigiada, caso contrário o mercado ficará sempre desequilibrado", afirmou o ministro. Segundo ele, a crise já reduziu a movimentação de passageiros nos primeiros meses do ano.