Jornal Oeste

A Polícia Civil de Cáceres, abriu inquérito nesta semana para investigar a conduta de policiais militares que supostamente perseguiram e atiraram por engano contra o representante comercial Francisnei de Oliveira de Duarte, de 25 anos. De acordo com os relatos da vítima, a documentação da sua moto estava atrasada e, ao ver os policiais, na região central da cidade, ele decidiu fugir da viatura. No entanto conforme o jovem, os policiais dispararam tiros contra ele. O fato ocorreu na noite de 13 de março. Um dos tiros atingiu a perna da vítima que alega não ter sido socorrida, na ocasião, pelos policias. A família do jovem pediu ao Ministério Público Estadual para averiguar o caso. O delegado Rogers Elizandro Jarbas disse que a Promotoria Municipal encaminhou a denúncia à Policia Civil e que a vítima já prestou depoimento. “O Francisnei já foi ouvido. Fomos ao quartel e pedimos para que todos os policiais envolvidos se apresentassem até mesmo os que deram a apoio a guarnição, agora, estamos esperando a apresentação deles para serem ouvidos”, pontuou. Um trecho da fuga foi registrado pelas câmeras de segurança de uma loja. As imagens mostram que Francisnei Duarte bateu em um muro de uma casa quando tentava escapar da polícia e, em seguida, continuou a fuga. Um dos policiais que que seguia atrás efetuou o disparo e o tiro acabou acertando a perna do jovem. Outro policial militar, que também aparece nas imagens, faz um disparo para o alto, já outra imagem da câmera de segurança mostra o momento em que uma viatura policial continua a perseguir o motociclista. Fracisnei Duarte contou que, mesmo baleado, percorreu mais 6 quilômetros até a residência de uma tia, mas ao chegar à calçada, acabou caindo por conta do ferimento, sendo socorrido e levado ao Hospital Regional de Cáceres pelos vizinhos. “Eu corri porque o documento da minha moto está atrasado. Este era meu maior medo. Eu entrei na Avenida Getúlio Vargas na contramão sem querer, pois a policia já estava me seguindo, então eu fiz a curva e ai neste momento eles me atingiram”, relatou em entrevista. O representante comercial alega que ainda tenta se recuperar do tiro e que a sua perna ficou fraturada. “Minha perna quebrou totalmente. Eu tive a perda total dos ossos. Eu fui atingido por uma arma calibre 40, ela só faz um buraquinho por fora, mas por dentro ela faz um estrago por causa dos estilhaços que ela deixa”, observou. A mãe da vítima, Marinete Duarte, disse estar indignada com a situação do filho e cobra por justiça perante a ação dos policiais militares. “Quero Justiça e que a promotoria tome providências a respeito. Espero que um caso desse não ocorra novamente”, avaliou. Os policiais alegaram ao comando da PM que não tinham a intenção de atirar em Francisnei, conforme declarou o major Adalberto Gonçalves de Paula. “Os policiais tentaram fazer a abordagem e, em fuga, ele tentou acerta o pneu. Diante disso acabou acertando a perna do cidadão”, frisou. O comando regional da PM também abriu inquérito militar para averiguar a conduta dos policiais. “Se for comprovado, os policiais poderão ser punidos administrativamente, assim como também, o relatório será encaminhado à Justiça Militar”, declarou o major.