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22/03/2012 - 17:18

Preso se enforca na Cadeia Pública de Cáceres

Por Clarice Navarro Diório

O Ministério Público Estadual em Cáceres, através da promotora de justiça Januária Bulhões, determinou a abertura de Inquérito Policial para apurar a morte do presidiário Jurandir da Silva Moraes, de 31 anos, morador da cidade de Pontes e Lacerda e preso pela última vez em 31 de janeiro deste ano. Ele foi encontrado em uma das alas do bloco 4 da Cadeia Pública de Cáceres, o bloco chamado de RDD -Regime Disciplinar Diferenciado, ou no linguajar dos presos, o "castigo". Jurandir estava lá, sozinho, desde domingo. Na outra ala do bloco estava outro preso, também sozinho. Ambos apresentavam problemas de comportamento dentro da unidade prisional e em todas as alas que eram colocados, arrumavam confusão. Jurandir estava até domingo na ala dos evangélicos, onde era proibido de usar drogas. Ele era usuário desde adolescente, segundo informações de uma tia que estava no Instituto Médico Legal. Ela disse ainda que o preso era uma pessoa bastante agressiva e que desde sua maioridade havia sido preso por diversas vezes, sempre por crimes como furtos e roubos, para manter o vício das drogas. O bloco 4 da Cadeia Pública está desativado porque estava passando por reformas -o piso recebeu uma camada mais grossa de cimento, para evitar fugas. A cadeia vive vários problemas: superlotação, vala de esgoto a céu aberto que corre em frente ao prédio, número de agentes abaixo do ideal, assim como número de policiais militares insuficientes para fazer a guarda externa. Além desses, a exemplo das outras cadeias e presídios do Estado, não oferece programas de ressocialização. O corpo de Jurandir estava no IML até a tarde de ontem, e seria velado e sepultado em Cáceres. O detento que estava no outro lado do bloco disse que Jurandir estava bastante agitado, provavelmente em crise de abstinência das drogas. Ele disse que iria "dar um susto" nos agentes e pode ter morrido por fatalidade. O perito que esteve no local disse que ele se pendurou em um lençol amarrado na grade que cobre o pátio externo da cela e foi encontrado com um dos pés em cima do banco de cimento, como se tivesse tentado não se enforcar. Ele foi encontrado ao meio dia, pelo agente que foi levar seu almoço. A estimativa é que a morte tenha ocorrido entre 10 e 11 horas. O diretor da unidade, Rodrigo Cebalho, registrou boletim de ocorrência no Centro de Integração e Cidadania e determinou a abertura de inquérito administrativo. Jurandir era preso provisório.
 
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