Jornal Oeste

Marcos Lemos Da Redação O advogado André Pozetti, representante da Infoway, que disputa pregão presencial para contratação de uma administradora para gerenciar o MT-Saúde, empresa que cuida do plano de saúde dos servidores públicos de Mato Grosso, procurou ontem A Gazeta para contrapor as informações prestadas pela direção da empresa pública que congrega 50 mil usuários entre funcionários públicos e dependentes. "Há algo de podre no ar quando um servidor público briga para pagar mais caro por algo que custa mais barato". Essa foi a reação, ontem, do advogado às alegações do presidente da MT-Saúde, Augusto Amaral. De acordo com Pozetti, a Infoway é vencedora do pregão e todos os argumentos apresentados por Amaral "escondem algum interesse para beneficiar quem perdeu a disputa legal". O advogado argumenta que a alegação de preço inaplicável feita pela CRC cai por terra na medida em que a própria CRC pratica preço inferior em outro contrato no Estado do Pernambuco. "Lá (no Pernambuco) eles fazem o mesmo trabalho por apenas R$ 2,36. Por que somente Mato Grosso vai ter que pagar tão caro por algo que custa muito mais barato?", indaga o advogado. Quanto aos argumentos de Amaral, de que os preços inexeqüíveis (inaplicáveis) poderiam inviabilizar o MT Saúde, Pozetti afirma que isso se trata apenas de uma estratégia do órgão para desviar a atenção do problema real. "O problema real é que o governo fez um pregão para contratar pelo menor preço uma empresa para gerir o MT-Saúde, a minha cliente venceu com o preço de R$ 6,95 por usuário, e o governo agora quer continuar pagando R$ 8,20 ou R$ 9,95 (preço da CRC no pregão) por um trabalho que custaria mais barato", afirma o advogado, sustentando que "a grande verdade sobre os preços é que Mato Grosso teve um prejuízo de aproximadamente R$ 17,5 milhões na vigência do contrato com a CRC, nos últimos cinco anos; basta fazer as contas das diferenças do que a CRC cobra em MT e no Pernambuco".