Jornal Oeste

O governador Silval Barbosa (PMDB) está cobrando, até de forma sistemática, do ex-secretário de Saúde, Pedro Henry (PP), uma definição sobre seu retorno para o comando da pasta. “O governador conversou comigo e me cobrou uma posição. Mas, eu ainda não posso dá-la, por questões pessoais. Não só de saúde, mas também questões políticas, que eu preciso avaliar”, revelou Henry, em entrevista ao MidiaNews. Ele disse, ainda, que não tem previsão de quando definirá sua situação, e que o governador não deu nenhum prazo para isso, apesar da cobrança. Em janeiro passado, o deputado federal justificou o não retorno à pasta, alegando um tratamento médico. Agora, alega que sua atuação na Câmara Federal o impede de voltar. “Estou participando de uma negociação para conseguir mais recursos para a Saúde em todo o Estado. Estamos reorganizando a rede de Saúde, pois muitos municípios, inclusive Cuiabá, estão com dados defasados junto ao Ministério da Saúde, como número de leitos cadastrados inferior ao existente. E, como deputado, tenho mais força para fazer essa negociação junto ao Governo Federal do que teria como secretário”, justificou. Pedro Henry pediu exoneração do comando da secretaria e reassumiu seu mandato de deputado federal no final de 2011, com a intenção de indicar emendas parlamentares no Orçamento Geral da União 2012. Ele deixou o cargo prometendo voltar neste ano, e chegou a ser nomeado pelo governador Silval Barbosa (PMDB) como secretário, em 16 de janeiro. No entanto, não se licenciou do cargo e foi acusado de acumular cargos ilegalmente, sendo alvo de uma representação movida pela ONG Moral (Movimento Organizado pela Moralidade Pública e Cidadania), que pede sua cassação na Câmara Federal. Diante da repercussão negativa, Silval exonerou Henry em 30 de janeiro e manteve o secretário-adjunto Vander Fernandes como titular da pasta. Disputa Com orçamento de cerca de R$ 1 bilhão, a Saúde é uma das pastas que mais recebem recursos e, portanto, uma das mais cobiçadas do governo estadual. A indefinição de Henry pode acabar resultando em uma verdadeira guerra entre os partidos da base pelo comando da secretaria. A cúpula do PR reclamou, em diversas ocasiões, da diminuição do partido no staff, e reivindicou mais secretarias. O PSD é outro partido que pode vir a ser contemplado com a pasta, pois é um dos maiores da base, segundo o próprio Silval. Nesta quinta-feira (1º), o governador adimtiu que a sigla nasceu grande e o espaço que ocupa no Governo é pequeno.