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31/03/2009 - 00:00

24 municípios têm solo arenoso

Por Jornal Oeste

Rose Domingues Da Redação Pelo menos 24 municípios de Mato Grosso têm qualidade de solo arenoso favorável ao assoreamento e às grandes erosões. Isso equivale de 30% a 40% da extensão do Estado, que tem 902 mil quilômetros. Na base do planalto dos Parecis, na cabeceira do rio Jauru, região sudoeste, o desmatamento em locais proibidos potencializou a situação, provocando um verdadeiro problema ambiental. Nos próximos 20 anos, a população do entorno pode sofrer com a escassez de água potável, que ainda poderá estar contaminada por adubos, agrotóxicos e inseticidas. O mesmo aconteceu em Alto Taquari, na cabeceira do rio com o mesmo nome, onde há locais com grande extensão de vossoroca, que consiste em um fenômeno geológico de grandes buracos de erosão, causados pela chuva em solos onde a vegetação é escassa. O professor doutor da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Paulo Klinger Tito Jacomini, explica que esse é um fenômeno prejudicial porque destrói terras cultiváveis e colabora com o assoreamento de rios e entupimento de redes de esgoto, facilitando o processo de enchentes urbanas. O responsável por esse tipo de erosão mais acelerada é o homem, que interfere de forma negativa ao ambiente onde vive. "Estamos percorrendo várias cidades desde o ano passado para observar de perto as áreas afetadas mais gravemente devido à qualidade do solo e a ação da população, o objetivo é pontuar soluções e estratégias de controle". Uma equipe de pesquisadores saiu ontem para mais uma etapa da pesquisa de campo que deve seguir até o dia 5 de abril, por no mínimo 12, dos 25 municípios onde a questão está mais agravada. Na primeira visita, toda região de Cáceres, onde fica ainda o Vale do Guaporé, que é uma localidade de planície alagada - assim como norte do Pantanal e Araguaia -foi visitada para avaliar se já houve interferência no ciclo biológico natural a partir de agricultura intensiva, com uso do sistema de irrigação permanente, como acontece em Goiás. O representante da Fundação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que é professor na Universidade Federal de Goiás, Virlei Álvaro de Oliveira, diz que nessas áreas de "pantanal" as interferências podem gerar petrificação do solo.
 
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