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09/01/2012 - 10:52

Acusados de executar Garçon vão à Júri em Cáceres

Por João Arruda

Uma das mortes mais perversas já registrada na área de fronteira tendo como vitima o garçom Ruy Alberi de Castro Filho (21), e os supostos executores o ex-policial militar Ademil Domingos Tazzo (41) e o autônomo Joilson Gonçalo Barbosa (32), terá julgamento pelo Conselho de Sentença em Cáceres, nesta terça(10), a juíza de Direito Graciene Pauline Mazetto Correa da Costa, titular da 1ª Vara Criminal, presidirá a sessão. O fato teria ocorrido no primeiro semestre de 2008, quando o jovem garçom foi seqüestrado supostamente para uma averiguação na Policia. Dali ninguém mais deu noticiais, ele deixou a casa aberta no Bairro Cohab Nova, e teria sido levado para o Córrego Padre Inácio, nas proximidades do Distrito do Caramujo na margem esquerda da BR 174,próximo a fronteira com a Bolívia. Após intensa procura dos parentes, um sitiante daquela região avistou que partes das pernas de uma pessoa estava boiando, dai em diante informou ao delegado a época Percival Eleutério de Paula, que deslocou para área com uma equipe de agentes e outra formada por peritos da Policia Técnica em Cáceres. Lá o cadáver do garçom foi resgatado do córrego, para perplexidade dos policiais, o corpo do rapaz estava amarrado com cordas de nylon pelo pescoço sendo que outra ponta da corda laçava uma peça de carreta - virabrequim - com mais de 60 quilos. Nos exames seguintes os peritos constataram que antes de ser morto, Ruy Alberi de Castro , teve partes do corpo torturado com -grampos - comumente usados para grampear sofás. Ao longo das investigações os policiais civis de Cáceres descobriram que Ruy Alberi, havia abandonado a profissão de garçom e enveredado em atividades ilícitas atuando como "emergente" do narcotráfico. E a causa da sua morte, segundo a Policia, é que ele estava em poder de uma grande quantidade de cocaína, e que uma outra quadrilha teria descoberto, essa teria sido a razão - conforme apurou as investigações - da sua tortura e depois a execução amarrado com virabrequim ao pescoço. Os acusados relutam em assumir a acusação, mas testemunhas arroladas confirmaram a versão da Policia. Uma das testemunhas, revelou a reportagem que vem sofrendo ameaças de morte por parte do mesmo bando que ordenou a execução de Ruy Alberi. Segundo essa testemunha, algumas outras pessoas que conheciam a trama forçosamente teriam mudado a versão. O julgamento é cercado de expectativa, os parentes de Ruy Alberi, aguardam pela condenação de todos os acusados. Eles admitem que o rapaz estaria envolvido em atividades ilícitas, mas ao mesmo tempo entendem que o mesmo não poderia ter o fim que teve, merecia segundo eles, uma apuração dentro da legalidade e ate mesmo ser preso. "Isso não pode ficar impune, existe toda uma estrutura policial e jurídica para tratar desses crimes, não pode simplesmente agentes que se dizem da Lei, seqüestrar uma pessoa, entregá-lo a bandidos e estes fazer o que fizeram com o Ruy, queremos Justiça tem gente da Policia envolvida , todos em Cáceres sabem os são, não são apenas esses dois de Mirassol do Oeste, tem mais gente envolvida" desabafou um dos parentes de Ruy Alberi. A reportagem tentou um contato com o delegado Percival Eleutério de Paula que desvendou o assassinato na ocasião, entretanto a informação recebida é que ele foi transferido de Cáceres para a cidade de Primavera do Leste, a poucos meses. Detalhe. O mesmo Córrego do Padre Inácio , no Caramujo, foi aonde ocorreu em 04 de abril de 1998, o afogamento de dois cadetes da PM de Mato Grosso - Sergio Kobayashi e Evaldo Bezerra, quando um oficial "teve" a iniciativa de instruir os oficiais de "como se tirava serviço" - gíria policial extrair confissões com afogamento - de bandidos, os alunos já exaustos e na madrugada os dois militares morreram nenhum oficial foi punido.
 
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