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02/12/2011 - 12:04

Cadeião: viatura da escolta está encostada por falta de pneus

Por Redação Pantanal Notícias

Câmeras de Segurança queimadas, viatura de escolta "encostada" por falta de pneus, apenas uma viatura para todo o serviço administrativo, falta de efetivo suficiente para a guarda externa, feita pela Polícia Militar, número insuficiente de agentes prisionais, falta de atividade para os presos -que em Cáceres, de nenhuma forma, podem ser chamados de reeducandos, uma vez que a Cadeia Pública não oferece programas de ressocialização. A situação do "Cadeião" foi passada por uma fonte que não quis ter seu nome revelado temendo represálias, mas foi constatada pela reportagem na manhã de hoje. O detento que precisa de escolta para assistência médica ou comparecimento a audiências, está sendo levado pela equipe da escolta -que o sistema carcerário treinou para cumprir essa função, mas em viaturas da Polícia Civil, que estão dando um apoio emergencial -quando também, como é de conhecimento público, tem serviço de sobra em Cáceres, especialmente buscando investigar e solucionar crimes. "A situação já foi exposta à Superitendência do Sistema Prisional do Estado, através de muitos ofícios. O atual diretor é sério, responsável, e vive de pires nas mãos pedindo ajuda. Acho que ele escreve ofícios até quando está dormindo"-disse a fonte, acrescentando que o descado do Estado é evidente. Procurado pela reportagem, o diretor Rodrigo Sebalho preferiu não se pronunciar. As dificuldades da cadeia já tinham sido expostas durante a reunião do Conselho da Comunidade realizado na manhã de terça-feira. O Conselho está aguardando uma resposta do ex-diretor da unidade, Claiton Norberto, sobre a prestação de contas que se faz necessária para que o Cadeião possa voltar a receber apoio financeiro tanto do próprio Conselho da Comunidade como da Justiça Federal. Há uma diferença de 9 mil reais que precisa ser esclarecida e comprovada pelo ex-diretor, sendo 3 mil repassados a ele pelo Conselho e 6 mil repassados pela justiça federal. O Conselho investiu na cadeia, no decorrer de 2011, 23 mil reais, mas não em programas de ressocialização -que é a finalidade da entidade, e sim em obras de reforma, especialmente conserto e reforço de grades e pisos, devidos a fugas. Esta semana, foi iniciada uma obra de reforma emergencial no Bloco 2, onde ocorreu uma fuga de 14 detentos no último dia 12. O piso das celas está recebendo um reforço de cinco centímetros de altura de cimento, e a ala do artesanato, onde costumam acontecer as fugas, está recebendo um piso novo, com terra compactada, uma camada de pedras e ferro, e cimento reforçado. A obra está prevista para ser concluída em dez dias, e deverá então ser iniciada, da mesma maneira, no Bloco 1. Hoje, a Cadeia Pública de Cáceres está com uma população de 353 detentos.
 
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